Macron defende que França e Alemanha atuem por uma Europa 'forte'
O mandatário de centro-direita defendeu o princípio de "uma Europa comprometida com o vínculo transatlântico" com os Estados Unidos
O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira (22) que França e Alemanha desempenhem "seu papel" em prol de uma Europa "forte", ao receber o chanceler alemão, Olaf Scholz, que qualificou de "desafio" o retorno ao poder de Donald Trump.
"Mais do que nunca cabe aos europeus e, portanto, a nossos dois países, desempenhar plenamente seu papel na consolidação de uma Europa unida, forte e soberana", garantiu Macron no Palácio do Eliseu, sede da presidência em Paris.
O mandatário de centro-direita defendeu o princípio de "uma Europa comprometida com o vínculo transatlântico" com os Estados Unidos, mas que "saiba também afirmar seus próprios interesses e defendê-los com seus valores e suas ferramentas europeias".
Durante uma breve coletiva conjunta à imprensa, antes da reunião, o social-democrata Scholz também defendeu uma Europa forte e afirmou que o recém-eleito presidente americano "será - e já está bem claro - um desafio".
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Trump pressiona os países europeus, no marco da Otan, para aumentar seus gastos militares até 5% de seu respectivo PIB, e ameaça adotar tarifas elevadas sobre produtos europeus para reduzir o déficit comercial americano.
França e Alemanha são considerados os países "motores" da União Europeia e tradicionalmente têm coordenado suas posições no seio do bloco, embora, desde a chegada de Scholz ao poder, esta visão conjunta tenha sido quase inexistente.
A visita do chefe de governo alemão a Paris é vista como uma forma de despedida, um mês antes das eleições legislativas na Alemanha onde as pesquisas apontam como grande favorito o seu rival democrata-cristão, Friedrich Merz.
Macron e Scholz devem discutir durante sua reunião quais garantias de segurança dar à Ucrânia, sobretudo quando o novo presidente dos Estados Unidos promete alcançar rapidamente a paz entre Kiev e Moscou, mas sem dizer como.
O encontro coincide com o 62º aniversário do Tratado do Eliseu, assinado em 1963 e que selou a reconciliação entre os dois países após a Segunda Guerra Mundial.