Macron diz que candidatura da Ucrânia à UE pode levar 'décadas'
A declaração foi feita em Berlim, em ocasião na qual o presidente se reuniria com o chanceler alemão, Olaf Scholz
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse, nesta segunda-feira (9), que a eventual entrada da Ucrânia na União Europeia (UE) poderia levar "décadas" e sugeriu a construção de uma "comunidade política" para além do bloco, que também poderia incluir o Reino Unido.
A ideia foi bem recebida pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, que a qualificou de "sugestão bastante interessante" e se disse "bastante satisfeito" de falar sobre o assunto com o líder francês.
A Ucrânia, que é alvo de uma invasão da Rússia desde fevereiro, quer ingressar na UE, e a Comissão Europeia disse que responderá ao pedido de Kiev no próximo mês, um passo-chave antes de a questão ser discutida pelos Estados-membros.
Contudo, Macron, que estava em Berlim, onde se reuniu com Scholz, descartou qualquer esperança de uma adesão rápida, sugerindo que pode ser mais eficaz considerar a criação de um grupo mais amplo de países que os da UE.
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Para isso, Macron pediu a criação de uma "comunidade política europeia", à qual o Reino Unido também poderia aderir.
"O Reino Unido decidiu deixar a União Europeia, mas pode ter um lugar nesta comunidade política", opinou o presidente francês.
Sobre os países que já iniciaram o caminho da adesão e estão próximos de concluí-lo, Macron afirmou que pensava que os mesmos "deveriam continuar até o final deste caminho".
No entanto, o líder francês disse que "outros, como a Bósnia-Herzegovina, que estão muito mais longe, e outros nos Balcãs Ocidentais", ou os que "embarcaram em questões de adesão [...] às vezes por décadas", poderiam considerar, por outro lado, a possibilidade de se juntar a um grupo mais amplo.