Macron reitera a chefe da Comissão Europeia que acordo UE-Mercosul é 'inaceitável'
O tratado que está sendo discutido pelos 27 países da UE e os membros fundadores do Mercado Comum do Sul criaria a maior área de livre comércio do mundo
O presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou nesta quinta-feira (5) à chefe da Comissão Europeia que o projeto de acordo comercial entre a UE e os países do Mercosul era “inaceitável”, informou seu gabinete.
“O projeto de acordo UE-Mercosul é inaceitável em seu estado atual”, disse Macron a Ursula von der Leyen, que deverá participar de uma cúpula importante em Montevidéu, onde o pacto poderá ser finalizado.
“Continuaremos a defender incansavelmente nossa soberania agrícola”, acrescentou a presidência francesa em uma mensagem publicada no X.
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Pouco antes, Von der Leyen havia assegurado que “o objetivo do acordo UE-Mercosul já está à vista”, em uma mensagem no X. “Vamos trabalhar, vamos cruzar a linha de chegada. Temos a oportunidade de criar um mercado de 700 milhões de pessoas”, acrescentou.
Uma fonte diplomática francesa enfatizou que a chefe da Comissão Europeia “assume uma responsabilidade e um risco” se concluir as negociações sobre esse acordo comercial entre a UE e o bloco sul-americano do Mercosul em Montevidéu.
“O conteúdo final do acordo negociado ainda não foi apresentado a nenhum Estado-membro” da União Europeia, acrescentou a fonte.
A Comissão “deve obter legalmente a aprovação do Conselho”, que reúne os chefes de Estado ou de governo dos 27 Estados, “para ser autorizada a assiná-lo”, enfatizou.
O tratado que está sendo discutido pelos 27 países da UE e os membros fundadores do Mercado Comum do Sul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - criaria a maior área de livre comércio do mundo.
As negociações, paralisadas depois que um acordo de princípio foi alcançado em 2019, foram retomadas nos últimos meses a pedido da Comissão Europeia, que determina a política comercial para toda a UE.
O texto prevê a eliminação de grande parte das tarifas entre as duas zonas, que têm mais de 700 milhões de consumidores e um PIB combinado de US$ 21,3 trilhões.
Os sindicatos agrícolas da UE o rejeitam porque sua produção não está sujeita às mesmas exigências ambientais e sociais, nem aos mesmos padrões sanitários, que a do bloco sul-americano.