Madrasta acusada de envenenar enteados terá primeira audiência nesta sexta-feira (30)
Cintia Mariano Cabral está presa preventivamente desde maio quando foi acusada de envenenar seus dois enteados
Cintia Mariano Dias Cabral, acusada de envenenar os enteados, terá a primeira audiência de instrução e julgamento nesta quarta-feira (28), às 13h, no 3º Tribunal do Júri da Capital.
Segundo apontam as investigações da Polícia Civil, ela é a culpada pela morte de Fernanda Cabral, aos 22 anos, e pela tentativa de homicídio de seu irmão Bruno, de 16 anos.
Um laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) confirmou a presença de chumbinho e outros dois compostos tóxicos no material gástrico recolhido. A exumação do corpo de Fernanda, cerca de dois meses após a morte, no entanto, não chegou a detectar substâncias devido ao tempo.
Cintia Mariano teve o pedido de prisão temporária prorrogado, em 14 de junho, após o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira entender haver semelhança entre os dois casos. “Somente a manutenção da prisão de Cíntia possibilitará a eventual aplicação da Lei Penal e a instantânea garantia da ordem pública, evitando-se a reiteração criminosa, o que indiciariamente já se viu nestes autos em razão do surgimento de elementos do segundo fato agora melhor apurado. Ademais, tal medida se mostra indispensável, reitero, para o êxito da investigação criminal”, afirmou o magistrado na decisão”, diz trecho da decisão.
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Relembre o caso
Suspeita de tentar matar os dois enteados, Cíntia Mariano Dias Cabral, de 48 anos, foi presa preventivamente em maio. De acordo com investigações da 33ª DP (Realengo), o enteado de Cíntia, um estudante de 16 anos deu entrada, na tarde de 15 de maio, no Hospital Municipal Albert Schweitzer, com tonteira, língua enrolada, babando e com coloração da pele branca após comer um prato de feijão feito e servido pela madrasta, que mantinha um relacionamento conjugal com seu pai há cerca de seis anos.
A família mora em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. A irmã do rapaz, a também estudante Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, já havia sentido sintomas semelhantes após outra refeição e morrido na mesma unidade de saúde, 12 dias após ser internada, em 15 de março. Inicialmente, o caso foi tido como causa natural, mas depois do caso envolvendo o enteado, o suposto homicídio da jovem passou a ser apurado em outro inquérito da delegacia. A polícia acredita que Cíntia poderia ter agido por ciúmes dos filhos biológicos do marido.
A prisão temporária de Cíntia foi decretada no fim da tarde pela juíza Raphaela de Almeida Silva, da 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Na decisão, a magistrada destacou que o envenenamento de Bruno ocorreu há poucos dias, estando a vítima ainda hospitalizada, e que os “elementos contidos” no inquérito indicam que a liberdade da madrasta certamente “poderá causar prejuízos irreparáveis para o prosseguimento das investigações policiais". A juíza continua: "Isso porque poderá exercer pressão sobre as testemunhas, levando em conta que os presentes na residência no momento do crime são familiares, filhos inclusive da suspeita”.