Maduro afirma que Venezuela pode enviar primeiros astronautas à Lua em breve
Presidente venezuelano afirmou que os dois países estabeleceram um acordo para que venezuelanos passem por um treinamento como astronautas na China
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assinou nesta quinta-feira (14) com o homólogo da China, Xi Jinping, um amplo acordo de cooperação científica e afirmou que o país poderá enviar em breve seus primeiros astronautas à Lua, no encerramento de sua visita de uma semana à nação asiática.
"Sucesso total na jornada de trabalho. Três horas e meia trabalhando com o presidente Xi Jinping. O que vamos fazer é ir para a Lua", declarou Maduro em um vídeo divulgado na rede social X (antigo Twitter).
"Nós declaramos a associação (como) uma associação estratégica a qualquer prova e para todos os momentos, o máximo possível. O que vamos fazer é ir para a Lua, em uma etapa esplendorosa para China e Venezuela", insistiu.
Em discurso durante reunião com Xi, Maduro afirmou que os dois países estabeleceram um acordo para que venezuelanos passem por um treinamento como astronautas na China, com o objetivo de uma viagem à Lua.
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“A subcomissão de cooperação científica, tecnológica, industrial e aeroespacial terá como símbolo, mais cedo ou mais tarde, a chegada do primeiro homem venezuelano, da primeira mulher venezuelana à Lua em uma nave espacial chinesa”, declarou Maduro.
“Muito em breve veremos os jovens venezuelanos se preparando como astronautas aqui, nas escolas chinesas””, acrescentou.
A China planeja enviar uma missão tripulada à Lua em 2030 e estabelecer uma base no satélite natural da Terra. A segunda maior economia do mundo investe bilhões de dólares em seu programa espacial, comandado pelos militares, em uma tentativa de alcançar os Estados Unidos e a Rússia.
Amigos íntimos
No documento, as duas partes concordam em "fortalecer a cooperação no âmbito aeroespacial e desenvolver a cooperação em plataformas como o Comitê da ONU sobre o Uso Pacífico do Espaço Exterior.
O acordo destaca que "China e Venezuela são amigos íntimos, de confiança mútua, bons sócios de desenvolvimento comum e companheiros próximos de colaboração estratégica".
Em uma entrevista coletiva para marcar o fim de sua viagem, Maduro fez um balanço da semana que passou na China, com visitas às cidades de Shenzhen e Xangai, assim como à província de Shandong, antes de chegar a Pequim.
Ele declarou que, com a viagem e o documento assinado, os dois países iniciaram "uma etapa esplendorosa de conquistas econômicas, culturais, educativas, civilizatórias, científicas" de sua relação.
“Nunca havíamos alcançado um documento com a profundidade, importância estratégica e os consensos deste documento”, afirmou Maduro sobre a declaração final assinada com Xi.
O texto expressa o interesse da Venezuela em aderir aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), um grupo de economias emergentes que especifica sua reunião de cúpula mais recente em agosto em Joanesburgo, onde anunciou uma ampliação com seis novos países (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia).
A China mantém relações próximas com o governo Maduro, isolado internacionalmente, e é um dos principais credores da Venezuela, cujo PIB registou queda de 80% numa década em consequência da crise económica.
No final da entrevista, Maduro exibiu dois presentes que Xi recebeu, incluindo um smartphone dobrável Huawei.
“Eu escolhi a Huawei porque é o telefone mais seguro, impossível de violar”, afirmou.
O outro presente continha duas fotos da visita: a primeira mostra Maduro e Xi caminhante ao lado de algumas crianças e a outra os dois governantes com suas esposas.