Logo Folha de Pernambuco

VENEZUELA

Maduro ativa plano militar na Venezuela às vésperas da posse presidencial

Durante anúncio, o presidente celebrou a captura de mais sete 'mercenários' estrangeiros

O presidente da Venezuela, Nicolás MaduroO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro - Foto: Juan Barreto / AFP

O presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou a partir da noite dessa terça-feira a mobilização de militares e policiais em todo o país, enquanto denuncia planos para impedir sua posse para um terceiro mandato no dia 10 de janeiro.

Maduro, proclamado para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, em meio a denúncias de fraude por parte da oposição, que reivindica o triunfo de seu candidato, Edmundo González Urrutia, ativou o Órgão de Defesa Integral da Venezuela (ODI).

 

O ODI é composto por "todo o poder político da Venezuela, o poder popular, a Força Armada Nacional Bolivariana, a Milícia Nacional Bolivariana como componente especial e todas as forças policiais", disse o mandatário durante um ato em frente ao palácio presidencial, quando empossou "corpos combatentes".

"Que se ativem, a partir de hoje, durante os dias 8 e 9 [de janeiro] a nível nacional. E que as ODI ativadas integralmente em todos os estados, municípios, paróquias e comunidades garantam o que será a vitória exemplar da paz da Venezuela nos dias que estão por vir", ordenou Maduro.

"Procedo constitucionalmente a ativar pela primeira vez as ODI em defesa da paz, da estabilidade e da família venezuelana", assinalou o herdeiro político de Hugo Chávez durante um ato no qual anunciou a captura de sete "mercenários" estrangeiros, entre eles dois cidadãos americanos, três ucranianos e dois colombianos.

Essas novas detenções somam-se às prisões realizadas entre novembro e dezembro, segundo versões oficiais, de outros 125 "mercenários" de 25 nacionalidades que o governo venezuelano vincula a planos "terroristas" em meio à crise que eclodiu após as eleições de 28 de julho do ano passado.

As denúncias de complôs são frequentes e, às vésperas da posse presidencial, Maduro acusa González Urrutia e a líder da oposição María Corina Machado de incentivarem supostos planos de desestabilização.

Antonio Díaz, tenente da Milícia, um braço armado formado por civis, disse estar disposto a ajudar a "consolidar a vitória de Maduro".

- Vamos empossá-los no dia 10 de janeiro [...] queremos respeito por nosso país e faremos com que ele seja respeitado, aconteça o que acontecer. E aqui temos as nossas armas e vamos defender o país, se possível, com as nossas vidas - disse, exibindo um fuzil.

Veja também

Embaixador de Venezuela deixa Paraguai após ruptura de relações com Caracas
DIPLOMACIA

Embaixador de Venezuela deixa Paraguai após ruptura de relações com Caracas

Líder da Yakuza se declara culpado de traficar material nuclear
INVESTIGAÇÃO

Líder da Yakuza se declara culpado de traficar material nuclear

Newsletter