Maduro cancela participação na cúpula da Celac por temor de 'agressão'
No lugar de Maduro, o chanceler Yvan Gil representará a Venezuela na cúpula da Celac
O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou nesta segunda-feira (23) o cancelamento da viagem do mandatário à Argentina para participar da cúpula da Celac por causa de um plano de "agressão" contra a delegação venezuelana.
"Nas últimas horas fomos informados, de forma irrefutável, de um plano elaborado no seio da direita neofascista, cujo objetivo é realizar uma série de ações agressivas contra a nossa delegação chefiada pelo presidente da República", informou a Presidência venezuelana em comunicado.
"Eles pretendem dar um 'show' deplorável, para perturbar os efeitos positivos de um evento regional tão importante", a sétima cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), "contribuindo para a campanha de descrédito - já fracassada - que vem sendo travada contra nosso país pelo império americano."
Mais cedo, o Planalto retirou da agenda do presidente Lula, que está em Buenos Aires, uma reunião com Maduro.
No lugar de Maduro, o chanceler Yvan Gil representará a Venezuela na cúpula da Celac, enquanto Maduro participou da marcha do aniversário de 23 de janeiro, que comemora a queda da ditadura militar na Venezuela em 1958.
A presença de Maduro esquentou o clima nas horas anteriores à Celac. O presidente venezuelano foi denunciado por indivíduos e organizações civis à justiça argentina por violação de direitos humanos, e alguns líderes da oposição chegaram a pedir que ele fosse detido caso entrasse no país.
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O governo socialista venezuelano agradeceu o "convite cordial" do presidente argentino, Alberto Fernández, que em entrevista publicada no domingo à Folha de S.Paulo disse que Maduro estava "mais do que convidado".
O encontro entre Maduro e Lula gerou expectativa após o distanciamento entre Caracas e Brasília durante o mandato de Jair Bolsonaro.
Na semana passada, uma comissão diplomática brasileira chegou à Venezuela para "normalizar as relações entre os dois países", informou Brasília, e trabalhar na reabertura de sua sede consular, fechada desde 2020.