Cuba

Maduro condena em Cuba 'esquerda covarde' que critica a Nicarágua

Crítica foi feita durante sessão do Parlamento cubano antes da cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba)

presidente da Venezuela, Nicolás Maduropresidente da Venezuela, Nicolás Maduro - Foto: Yamill Lage / POOL / AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, descreveu, nesta quarta-feira (14), os críticos de seu contraparte nicaraguense, Daniel Ortega, como "esquerda covarde", durante uma sessão do Parlamento cubano antes da cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba).

Ortega foi "repudiado nas campanhas contra a Nicarágua por uma esquerda covarde que tenta se colocar como exemplo", disse Maduro ao plenário.

O líder venezuelano expressou suas críticas sem mencionar o presidente do Chile, Gabriel Boric, que já se pronunciou várias vezes contra a Nicarágua por violações de direitos humanos e pelos presos políticos.

"Não podemos olhar para o lado quando, em qualquer país da nossa América Latina [...], os direitos humanos são violados", afirmou Boric em novembro, durante uma visita ao México, em que lamentou a situação dos "presos políticos na Nicarágua".

"Aqui está o bravo presidente da República da Nicarágua também vitorioso, de pé, completo e inteiro", disse Maduro, dirigindo-se a Ortega, presente na sessão.

A sessão extraordinária da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba contou com a presença de representantes dos 10 países membros da Alba, incluindo chefes de Estado e de governo.

Apoio a Kirchner e Castillo
Os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e Bolívia, Luis Arce, aproveitaram a oportunidade para demonstrar apoio à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, condenada por corrupção.

"O imperialismo e seus aliados aceleraram o assédio a candidatos de esquerda, conduzem e estimulam processos judiciais politicamente motivados contra estes, como o que se desenvolve contra a vice-presidente argentina", disse Díaz-Canel em seu discurso.

Arce, por sua vez, também se solidarizou com o ex-presidente peruano Pedro Castillo, destituído pelo Parlamento e preso após tentar um autogolpe.

O boliviano rechaçou "a perseguição e o assédio constante que o Legislativo orquestrou contra o companheiro presidente Pedro Castillo".

A sessão parlamentar antecedeu a cúpula comemorativa dos 18 anos da Alba, que aconteceu nesta quarta-feira no Palácio da Revolução, onde os dignitários se reuniram a portas fechadas.

"Bem-vindos a #Cuba, irmãos latino-americanos e caribenhos. Seguiremos mostrando que a cooperação e a solidariedade são nosso caminho. #ALBAUnida", publicou mais cedo no Twitter Díaz-Canel.

A Alba nasceu em 2004 pelas mãos dos já falecidos presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Fidel Castro, de Cuba, em resposta ao fracassado projeto de Washington de criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Atualmente a aliança é formada por Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, Granada e Cuba.

Segundo a Presidência cubana, trata-se de "uma aliança política, econômica e social que defende a independência, a autodeterminação e a identidade dos povos que a compõem".

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