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RELATÓRIO

Maduro usou ''máquina de repressão'' contra rivais em violações que configuram crimes, diz ONU

Após eleições, forças de segurança cometeram abusos como detenções arbitrárias, tortura e violência sexual

Nicolás MaduroNicolás Maduro - Foto: Stringer/AFP

As forças de segurança da Venezuela estiveram "massivamente envolvidas" em violações de direitos humanos que configuram crimes contra a Humanidade após a controversa eleição de julho, segundo um painel da ONU.

O governo do ditador Nicolás Maduro reativou sua "máquina de repressão" contra a oposição política antes da votação e, após o pleito, as forças de segurança cometeram abusos como detenções arbitrárias, tortura e violência sexual, de acordo com o relatório final da Missão Independente de Apuração de Fatos da ONU, publicado nesta terça-feira.

A missão afirmou ter "fundamentos razoáveis" para acreditar que algumas das violações investigadas são uma continuação de práticas que, em relatórios anteriores, foram caracterizadas como crimes contra a Humanidade, visando silenciar e reprimir a oposição ao governo.

Uma onda de protestos eclodiu após a eleição, quando Maduro e as autoridades eleitorais, controladas pelo regime, se recusaram a comprovar sua vitória declarada. A repressão resultou em mais de 2,4 mil prisões.

A ONU destacou que a repressão foi liderada por altos funcionários e continua até hoje, ampliando os alvos além de figuras da oposição para incluir a população em geral.

O relatório de 161 páginas descreve um "ataque amplo e sistemático contra a população civil" com o objetivo de "silenciar, desencorajar e sufocar" a oposição.

Entre os presos estão 158 menores, acusados de terrorismo, um fenômeno preocupante para a missão. Além disso, pelo menos 25 pessoas morreram na repressão, incluindo duas crianças.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro presidente com 51,9% dos votos com base em 80% das urnas apuradas e sob os questionamentos da oposição, liderada por María Corina Machado, que reivindica a vitória do ex-diplomata Edmundo González Urrutia, hoje em asilo na Espanha.

Os opositores criaram um portal para divulgar as atas a que alegam ter acesso e que mostram, segundo afirmam, uma vitória acachapante de González Urrutia sobre Maduro, com 67%.

O relatório abrange uma investigação de um ano, de setembro de 2023 a agosto de 2024, e descreve a repressão após a eleição como uma "campanha sem precedentes de detenções em massa e indiscriminadas", comparável apenas aos protestos antigovernamentais em larga escala ocorridos na Venezuela em 2014, 2017 e 2019.

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