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Venezuela

Maduro propõe 'solução diplomática' em disputa com Guiana

Na cúpula, Maduro agradeceu a mediação da Celac em um primeiro encontro frente a frente com Ali, em dezembro

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro  - Foto: Federico Parra / AFP

Depois de um novo tête-à-tête com seu par da Guiana Irfaan Ali, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs nesta sexta-feira (1º) uma "solução pacífica" na disputa territorial que ambos os países mantêm há mais de um século.

"Espero que as boas relações que foram estabelecidas de diálogo se aprofundem e, mais cedo ou mais tarde, se reative o Acordo de Genebra, e busquemos tête-à-tête, ambos os governos e ambos os povos, uma solução sadia, pacífica e diplomática às diferenças e à controvérsia que tivemos desde o século XIX", assinalou Maduro.

Ali e Maduro voltaram a falar sobre a disputa, que se recrudesceu em 2015 após a descoberta de grandes reservas de petróleo na área reivindicada, durante um encontro da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em São Vicente e Granadinas.

Na cúpula, Maduro agradeceu a mediação da Celac em um primeiro encontro frente a frente com Ali, em dezembro.

"Foram capazes de nos convocar para um encontro de entendimento e de paz", comentou sobre a reunião após a qual os dois se comprometeram a não fazer uso da força no contencioso territorial.

O encontro de hoje foi mais relaxado, no qual Ali entregou a Maduro uma garrafa de rum e uma medalha de seu país. O líder venezuelano retribuiu o gesto com uma caixa cheia de produtos venezuelanos. "Paz e amor!", disse Maduro a seu colega, em inglês.

"Queremos paz, queremos prosperidade para nossos vizinhos e para todos nesta região", disse Ali. "Estou disposto a falar com o presidente Maduro sobre qualquer aspecto que possa contribuir para melhorar a relação entre nossos países."

A tensão suscitou um temor regional sobre a possibilidade de um conflito armado em torno dessa região rica em petróleo, que é administrada pela Guiana.

A Venezuela argumenta que o Essequibo faz parte de seu território desde que era colônia da Espanha e recorre ao Acordo de Genebra, firmado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, que assentava as bases para uma solução negociada e anulava um laudo arbitral de 1899, que estabeleceu as fronteiras que Georgetown pede à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que ratifique.

As trocas de acusações se acentuaram com a realização, em 3 de dezembro de 2023, de um referendo sobre o Essequibo na Venezuela, e depois com a chegada de um navio de guerra britânico a águas guianesas.

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