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Mãe com câncer terminal morre após passar 'últimos dias' com filha recém-resgatada em Gaza

Liora Argamani, 61, tinha doença em estágio quatro e disse que situação da filha 'aumentava a dor'; Noa Argamani, 26, estava em festival de música atacado pelo grupo terrorista

Noa Argamani com a mãe, Liora Argamani Noa Argamani com a mãe, Liora Argamani  - Foto: Bring them home now

A mãe da refém Noa Argamani morreu três semanas depois de a filha ter sido resgatada em Gaza.

As Forças Armadas de Israel anunciaram, há três semanas, o resgate com vida de quatro reféns que eram mantidos em Gaza desde o festival de música Supernova, em outubro do ano passado. As vítimas libertadas foram identificadas como Almog Meir Jan, de 21 anos; Andrey Kozlov, de 27; Shlomi Ziv, de 40; e Noa Argamani, de 26.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que Noa reencontra o pai.

 

Nascida na China, Noa estava no festival de música eletrônica que foi alvo de ataque dos extremistas em 7 de outubro. Ela posou ao lado do pai bebendo refrigerante após o resgate.

Um vídeo (que teria sido verificado por seu pai, Yaakov Argamani, ao Canal 12 de Israel) mostra a jovem na garupa de uma motocicleta gritando: “Não me mate!”. Seu namorado, Avinatan Or, de 30 anos, também aparece nele.

Em dezembro, a mãe da refém, de 26 anos, compartilhou nas redes sociais um vídeo em que apela aos membros do grupo terrorista Hamas para que possa ver sua filha novamente. Liora Argamani, de 61 anos, tem câncer cerebral em estágio quatro e afirmou, na ocasião, que “não sabia quanto tempo” de vida lhe restava.

Poucos dias após ter sido sequestrada, em 12 de outubro, Noa completou 26 anos. Na ocasião, a família da jovem realizou o tradicional jantar de aniversário em sua casa, ao sul de Israel, com bolo e duas cadeiras vazias na mesa de jantar, representando a ausência da menina e de Avianatan. Na ocasião, Liora disse que ter a filha “levada embora aumenta a dor”.

A mãe de Noa afirmou:

— Tenho câncer no cérebro. Não sei quanto tempo me resta. Desejo ter a chance de ver minha Noa em casa — disse: — Se eu não te ver, saiba que fizemos tudo o que podíamos para libertá-la rapidamente. O mundo inteiro ama você.

Comunidade de luto
No bairro onde Noa Argamani cresceu, a comunidade estava de luto. Alguns de seus amigos estavam entre as 3,5 mil pessoas presentes no festival de música. Muitas das vítimas que inicialmente estavam dadas como desaparecidas foram confirmadas mortas, incluindo Ori Tchernichovsky, amigo de Noa, que morreu no ataque.

Liora Argamani, natural da cidade chinesa de Wuhan, chegou a apelar ao principal líder da China, Xi Jinping, por ajuda para libertar a sua filha.

Em 7 de outubro, mais de 1,2 mil pessoas foram mortas, e 240 foram feitas reféns, segundo Israel. Desde então, um cerco foi formado a Gaza, e o fornecimento de água, alimentos e combustível foi cortado. Mais de 30 mil pessoas morreram no enclave, estima o Ministério da Saúde de Gaza.

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