Logo Folha de Pernambuco

Caso Henry Borel

Mãe de Isabella Nardoni envia mensagens de apoio ao pai de Henry Borel

Mortes de Isabella e Henry têm paralelos. Caso da menina gerou comoção nacional há 13 anos, assim como ocorre hoje com o menino

Ana Carolina Oliveira ao lado da filha, Isabella Nardoni, morta em 2008Ana Carolina Oliveira ao lado da filha, Isabella Nardoni, morta em 2008 - Foto: Reprodução

A mãe de Isabella Nardoni, a administradora Ana Carolina Oliveira, trocou mensagens com Leniel Borel, pai de Henry Borel. A morte de Henry, de 4 anos, tem paralelos com o assassinato de Isabella, então com 5 anos, que também comoveu o Brasil há 13 anos.

Nos dois casos, além das vítimas serem crianças, a culpa recai sobre quem, em tese, deveria cuidar, proteger e zelar. "A morte brutal, os desdobramentos das investigações e a comoção causada na população são muito parecidos e doloridos”, disse Ana Carolina Oliveira, em relato à revista piauí.

Isabella Nardoni foi assassinada pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Ana Carolina Jatobá, em março de 2008. A menina foi asfixiada pela madrasta e jogada da janela do apartamento onde moravam pelo pai.

A morte de Isabella gerou grande repercussão e comoção nacional à época. Os assassinos foram condenados dois anos depois e seguem cumprindo suas respectivas penas.

Já no caso de Henry Borel, os indícios apontam para a culpa do padrasto, o vereador pela cidade do Rio de Janeiro Dr. Jairinho. Segundo a polícia, a mãe do garoto, Monique Medeiros, sabia e concordava com as agressões do namorado ao filho. Ambos negam culpa. 

Laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicam 23 lesões severas no pequeno corpo de Henry, o que não é compatível com a versão de acidente doméstico contada pelos principais suspeitos.

No relato à piauí, Ana Carolina contou que, ao assistir a uma entrevista de Jairinho e Monique na televisão, sentiu "frieza, uma emoção falsa e uma versão combinada dos fatos". 

"Naquele momento, pensei o pior mesmo e vi semelhanças com o ocorrido com a minha filha, Isabella. Por mais que as pessoas ensaiem, criando uma versão falsa para o crime, a verdade não consegue ser escondida nem por elas mesmas", disse Ana Carolina.

Então, "tocada pela brutalidade e pelas coincidências" com tudo que viveu, Ana enviou mensagens pelo WhatsApp a Leniel Borel. 

"Meu coração estava pedindo para fazer isso. Eu me coloquei no lugar dele. Escrevi que muitas pessoas estão neste momento mandando mensagens, assim como aconteceu comigo com a morte da minha filha", contou Ana.

A administradora disse, ainda, que acredita que toda a exposição vivida pela comoção causada deve ter algum propósito.

"Seja para pressionar as autoridades por busca de Justiça e por alguma mensagem que o Henry quer passar. Todo esse caso tem me deixado bastante comovida", acrescentou a mãe de Isabella.

Henry Borel e o pai Leniel BorelHenry ao lado do pai, Leniel Borel (Foto: Reprodução/Instagram)

A dor da perda
Ana continua dizendo que o mais dolorido é que tanto ela quanto Leniel entregaram seus filhos a quem deveria cuidar e zelar.

"Entregar um filho para nunca mais voltar é o que mais machuca, revolta. Não consigo explicar o tamanho dessa dor. No caso da Isabella o pai foi o culpado. No do Henry, a mãe está presa como suspeita de participar da morte do próprio filho. Justo a mãe, que deu vida à criança. Eu sou da seguinte opinião: as dores não são comparáveis. Mas elas são enormes, imensuráveis"

A mãe de Isabella diz que, logo no início, é natural ficar atônito e confuso, além de buscar um assassino, um culpado.

"No primeiro momento, você não culpa o pai ou a mãe. Nós simplesmente não queremos acreditar no que está acontecendo. Mas então vêm as notícias, as perícias, os indícios. Nossos filhos nunca mais voltarão, mas a Justiça conforta de alguma forma o coração. O julgamento e a condenação encerram um ciclo, colocam um ponto final em uma história muito triste", disse Ana.

Por fim, ela relata que a imprensa teve um papel importante no caso Isabella e que o luto precisa ser vivido, além de elencar fatores que a ajudaram a seguir em frente: tratamento psicológico e espiritualidade.

"Eu sou espírita. Por isso, acredito que nenhuma partida seja em vão e que elas têm uma mensagem e significado", completou a administradora. 

Ana Carolina Oliveira casou e hoje tem dois filhos, um menino de 4 anos e uma menina de 1 ano e 1 mês. Isabella completaria 19 anos em 18 de abril.

Ao responder a Ana, Leniel disse: "Você não sabe como suas palavras são importantes neste momento. Está sendo muito difícil. Não paro de pensar no meu filho. Além do meu filho, eles levaram a minha paz".

Veja também

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel
POSICIONAMENTO

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido
FAMÍLIA REAL

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido

Newsletter