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COLISÃO NA TAMARINEIRA

Mãe de João Victor pede, ao chegar a julgamento, que filho não seja enxergado como monstro

Julgamento entra, nesta quarta-feira (16), no segundo dia, no Recife.

João Victor no segundo dia do jugalmentoJoão Victor no segundo dia do jugalmento - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Após um primeiro dia marcado por dor, emoção e pedido de perdão, o julgamento de João Victor Ribeiro de Oliveira chega ao segundo dia nesta quarta-feira (16), no Recife. A família do réu, que estava bastante abalada, chegou ao Fórum de Joana Bezerra no início da manhã. 

Mãe do réu, a administradora aposentada Ana Patricia Moreira Ribeiro pediu que o filho não seja enxergado como um monstro. Ela afirmou que João Victor começou a fazer uso de drogas ainda adolescente, aos 14 anos.

A mãe do réu afirmou que o processo de separação entre ela e o pai de João Victor, quando ele ainda era criança, não foi bem aceito ou superado por ele, que tinha 5 anos quando aconteceu a separação. Ana Patrícia também comentou que, após a separação, ela e os filhos moravam em Aracaju (SE) e, quando descobriu que o então adolescente havia se envolvido com drogas, o colocou para morar no Recife, a fim de afastá-lo das substâncias químicas. “Se eu errei, foi tentando acertar”, disse, emocionada. 

O segundo dia do júri popular de João Victor Ribeiro de Oliveira Leal começou com o depoimento do médico psiquiatra Antônio José Eça, perito que atua como assistente técnico no caso.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), estão previstas para esta quarta-feira a oitiva de duas testemunhas restantes e o interrogatório do réu. Também deve ter início a fase de debates entre a defesa de João Victor e o Ministério Público. O julgamento deve acabar ainda nesta quarta - a expectativa é de que vá até por volta das 23h.

O advogado Miguel Arruda Mota, um dos sobreviventes da colisão, chegou ao fórum pouco depois da família do réu. Ele comentou que está mais tranquilo do que no primeiro dia de julgamento e voltou a destacar que deseja que a sentença chegue a pena máxima."Hoje isso aqui vai acabar, mas a minha luta continua. Hoje todo mundo está aqui para compor a etapa dessa história tão feia, tão degradante para a sociedade", disse.

Relembre o caso:
Em 26 de novembro de 2017, o então universitário João Victor Ribeiro, que tinha 25 anos na época, conduzia, alcoolizado, um Ford Fusion em alta velocidade e avançou o sinal vermelho no cruzamento da Rua Cônego Barata com a Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro da Tamarineira, atingindo um Toyota RAV4, onde estavam cinco pessoas.

A batida provocou a morte da funcionária pública Maria Emília Guimarães, de 39 anos; do filho dela, Miguel Neto, de 3 anos; e da babá Roseane Maria de Brito Souza, de 23 anos, que estava grávida.

O marido de Maria Emília, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, que estava ao volante do Toyota, e a filha Marcela Guimarães, na época com 5 anos, ficaram gravemente feridos, mas sobreviveram. 

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