Mãe do bebê atacado por cães da raça pitbull pede justiça e que tutores sejam responsabilizados
Nesta quarta-feira (9), a mãe da criança e as duas tias que presenciaram o ocorrido estiveram na Delegacia de Tejipió, também na Zona Oeste, para registrar o caso
"Eu quero justiça! Esse caso não pode ficar impune. Os donos dos cachorros precisam ser responsabilizados". Esse é o desejo de Valdicleide Nascimento, de 22 anos, mãe de Enzo Felipe Assis do Nascimento, de 10 meses, vítima de ataque de dois cães da raça pitbull, na última segunda-feira (7), no bairro dos Torrões, Zona Oeste do Recife.
Nesta quarta-feira (9), a mãe da criança e as duas tias que presenciaram o ocorrido estiveram na Delegacia de Tejipió, também na Zona Oeste, para registrar o caso. A previsão é de que o menino e a tia ferida pelos cães passem por exame de corpo de delito nesta quinta-feira (10).
Valdicleide é cuidadora de idosos diarista e estava trabalhando no bairro da Várzea, também na Zona Oeste do Recife, quando recebeu a ligação da cunhada contando o ocorrido.
O acidente aconteceu em frente à residência da tia e cuidadora de Enzo, Renata Oliveira. Ela estava sentada numa cadeira com a criança nos braços quando os animais fugiram da casa de um vizinho e foram em direção à criança. O bebê foi atacado na cabeça e nas pernas.
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No momento do ocorrido, uma outra tia do menino, Valdirene Silva, correu para ajudar e conseguiu resgatar o sobrinho dos cães. Na hora no socorro, ela caiu e quebrou um dedo do pé. A tia Renata, que segurava Enzo, também ficou com arranhões leves nos braços, nariz, pernas e colo, causados pelos cachorros.
"Fiquei muito nervosa e fui até a casa dos donos dos cachorros. Eles falaram que iam custear os medicamentos, mas não é suficiente", contou Valdicleide.
A mãe do menino disse ainda que os moradores do bairro se mobilizaram e fizeram uma cotinha, que ajudou na compra de gases, álcool 70%, sabonete e pomada.
"Ainda estou muito assustada com o que aconteceu. Não consigo mais deixar Enzo sozinho. Estou com muito medo", relatou a mãe da criança, informando que não sabe quando voltará a trabalhar.
Valdecleide não possui emprego fixo e o marido, pai da criança, está desempregado. Ele tomava banho no momento do acidente e foi quem socorreu Enzo, junto com as tias, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro.
Ela contou que, ao chegar na UPA, encontrou a criança com gases na cabeça e ainda sangrando. "Depois, fomos para a Policlínica Lessa de Andrade (bairro da Madalena), onde minha cunhada Renata e meu filho receberam a vacina antirrábica".
Já no Hospital da Restauração, na área central do Recife, para onde foram em seguida, o menino recebeu medicação, teve a cabeça suturada com cinco pontos e realizou tomografia.
Na terça-feira (8), Enzo foi encaminhado para o Hospital Altino Ventura, no Recife, onde passou por avaliação médica, que confirmou que a criança não teve o visão afetada. Em seguida, o menino retornou ao HR, onde recebeu alta médica e voltou para a casa dos pais.
"A rua tem muitas crianças e idosos. Todos estão com medo de ficar sentados na frente da própria casa", afirmou Valdicleide, informando que os tutores dos animais envolvidos possuem três cães da raça pitbull e que não costumam passear com os animais.
"O caso serve de alerta para todos que possuem crianças e cachorros de qualquer raça. Nunca sabemos o que pode acontecer", afirmou Valdicleide.
Segundo a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), a Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma) apura o caso e todas as diligências necessárias estão sendo realizadas, tendo sido colhido o depoimento da mãe e das tias da criança e realizado um encaminhamento ao Instituto de Medicina Legal para exame de corpo de delito.
Ainda de acordo com a PCPE, um Termo Circunstaciado de Ocorrência (TCO) será remetido à Justiça.