Maior e com 50 anos, Menino da Tarde é homenageado no Encontro de Bonecos Gigantes de Olinda
Alegoria foi idealizada por Silvio Botelho e confeccionada por Ernani Lopes
Comemorando os 50 anos de criação, o Menino da Tarde vai ser homenageado na 35ª edição do Encontro de Bonecos Gigantes de Olinda, que acontece no próximo dia 13 de fevereiro, Terça-feira Gorda, que marca a despedida do Carnaval.
Este ano, a alegoria, filha do Homem da Meia-Noite e da Mulher do Dia, recebeu uma repaginada especial. Com nova estrutura, vestido de vermelho e branco, o Menino da Tarde pesava 25 quilos. Agora, está mais forte, com 30 quilos.
Leia também
• Shopping Guararapes se transforma em polo da folia para o Carnaval 2024
• Carnaval: camisinhas, lubrificantes e materiais educativos serão distribuídos; veja orientações
• Tour de Carnaval agita Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, neste fim de semana
O tamanho também aumentou. Ele media três metros, e agora ganhou mais meio metro de altura, chegando ao tamanho do Homem da Meia-Noite.
Além da alegoria, os homenageados deste ano do Encontro dos Bonecos Gigantes de Olinda são Silvio Botelho e Ernani Lopes, idealizador e criador do calunga, respectivamente, e a troça carnavalesca ‘Elefante de Olinda'.
Programação e roteiro
Cerca de 100 bonecos gigantes devem sair no desfile, que se concentra às 8h, no Largo do Guadalupe.
Às 9h30, começa o show de palco com Geraldinho Lins e Gilka Brechó. Logo após, às 10h30, tem a entrega das homenagens e, às 11h, acontece o desfile, que percorrerá:
- Largo do Guadalupe
- Rua Nossa Senhora de Guadalupe
- Largo do Amparo
- Quatro Cantos
- Rua Prudente de Morais (trecho)
- Rua Bernardo Vieira de Melo
- Rua de São Bento
- Em frente à Prefeitura de Olinda
- Rua Quinze de Novembro
Cultura
O encontro não representa apenas uma celebração visualmente impactante, mas um símbolo de resistência cultural e alegria compartilhadas. Isso porque os bonecos levam consigo, em cada cortejo, a energia contagiante que transforma as ruas de Olinda em um espetáculo a céu aberto.
Para o artista plástico Silvio Botelho, 67, os 50 anos do Menino da Tarde são motivo de festa e inspiração para outros artistas. Além do calunga, ele criou bonecos que homenageiam personagens importantes como Alceu Valença, Capiba, Luiz Gonzaga, Lia de Itamaracá, Maestro Forró, Eneias Freire e Spok, e comemora a homenagem que vai receber.
"Essa homenagem é fruto de um trabalho de 35 anos, com vários registros e episódios fantásticos, graciosos e líricos, de um Carnaval que interagia com o povo e o povo com os bonecos, quando eles foram peças de casamentos, fizeram participação em novelas e quando foram parte da história de um presépio. Isso é uma somatória de o que é a vontade do povo. É meio século. É um a história de vida. É muita gente. É uma grande alegria pra mim e imensa satisfação", pontuou ele.
"O Menino da Tarde, para mim, é um símbolo. Ele é um amuleto. Foi onde tudo começou, tudo deu certo e a coisa começou a funcionar bem e fez Olinda ser a pátria dos bonecos gigante. Tudo começou aqui", disse ele.
Para Sílvio Botelho, a ideia é que a tradição siga adiante. "Eu espero que tudo que eu ensinei não fique entre quatro paredes, porque todos viram o que eu fiz. Quero que seja um ensinamento de como perpetuar um momento tão bom que é o Carnaval e sua magia".
Já Ernani Lopes, de 79 anos, afirma se sentir realizado. Em revelação à Folha de Pernambuco, ele disse que não esperava que o Menino da Tarde chegasse à meia década de idade.
"Eu não esperava nem cinco anos dele. Mas já se foram 50 anos, graças a Deus, e eu estou de dentro como vice-presidente. O Binho [presidente do Menino do Dia] me deu essa honra. Eu estarei nele enquanto eu puder. Espero poder fazer, pelo menos, mais dez anos do Menino da Tarde e poder ver a alegria do povo nas ruas vibrando. Graças a Deus, nós estamos bem. Todo mundo gosta, e o pessoal aplaude", destaca.
O presidente do Menino da Tarde, Binho, também participou do processo de modernização do gigante. Ele disse que as novidades não podem ser exageradas, por causa da tradição dos calungas, mas garante que o boneco vai continuar garantindo a folia pernambucana.
“Aos poucos, a gente vai implantando alguma coisa diferente para dar modernidade ao Menino da Tarde. Eu espero que os foliões que tanto o amam aceitem as diferenças que ele vier a ter, aos poucos”, pediu.