Acordo

Maior grupo dissidente das Farc propõe a Petro cessar-fogo na Colômbia

Guerrilheiros marginalizados do acordo de paz de 2016 propõem criar, "de comum acordo" com o novo governo, um "clima propício a um acordo bilateral de cessar-fogo"

Gustavo Petro, presidente da ColômbiaGustavo Petro, presidente da Colômbia - Foto: Daniel Munoz / AFP

A frente mais poderosa dos dissidentes das Farc propôs ao presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, um cessar-fogo bilateral para encontrar uma "solução política" para o conflito, segundo uma carta divulgada nesta quarta-feira (3).

No documento, os guerrilheiros marginalizados do acordo de paz de 2016 propõem criar, "de comum acordo" com o novo governo, um "clima propício a um acordo bilateral de cessar-fogo".

O acordo permitiria encontrar "uma solução política para a violência", segundo os rebeldes.

A carta, datada de 31 de julho, foi divulgada nesta quarta-feira por diversos meios de comunicação junto com um vídeo em que aparecem cerca de 18 homens e mulheres vestidos de camuflagem e com fuzis.

Em 15 de julho, o presidente em fim de mandato Iván Duque anunciou a morte em uma operação de Iván Mordisco, líder dessa organização conhecida como Bloco Sudeste.

Seu sucessor, um ex-guerrilheiro e ex-senador que assumirá a presidência no domingo, manifestou interesse em acordar uma "paz total" com todos os grupos armados que operam na Colômbia.

A proposta de Petro inclui a dissidência, formada por ex-combatentes das Farc que não aceitaram o acordo de paz de 2016 e novos recrutas.

Com cerca de 2.000 membros, segundo o centro de pesquisa Indepaz, o Bloco Sudeste é o maior dos grupos dissidentes que atuam na Colômbia e tem presença principalmente na selva amazônica e na fronteira com a Venezuela.

O Exército de Libertação Nacional (ELN), última guerrilha reconhecida no país após o desarmamento das Farc, expressou sua intenção de se sentar para negociar com Petro logo após sua eleição como o primeiro presidente de esquerda da Colômbia.

O novo presidente também propôs o "desmantelamento pacífico" de outras organizações, como o Clã do Golfo, o maior cartel de drogas do país, que há duas semanas anunciou sua disposição de coordenar um cessar-fogo para negociar seu desarmamento.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter