Maíra Cardi: Sexo durante gravidez é saudável? Quando há riscos durante a gestação?
Influenciadora revelou que teve um pequeno sangramento após fazer relação sexual com o marido
A influenciadora Maíra Cardi publicou um vídeo no TikTok dizendo que teve um primeiro sangramento após fazer relação sexual com seu marido, o coach Thiago Nigro. Segundo ela, por ter tido uma gravidez de risco, os médicos sugeriram que ela ficasse sem fazer exercícios físicos e fizesse o máximo de repouso.
"Pode ser normal, a gente falou com o médico e ele disse que se for só um pouquinho, pode ser normal, mas ele pediu para eu ficar deitada e não ter mais relação", afirmou na época.
A influenciadora depois disso fez ultrassonografias que mostraram que o bebê estava bem. Entretanto, fazer relações sexuais durante a gravidez pode apresentar risco ao feto. Segundo especialistas, 15% das grávidas têm complicações e são proibidas de fazer atividades sexuais durante o período.
Leia também
• Sintomas de parada cardíaca, causa da morte de Gabriel Freitas, que lutava contra a obesidade
• Maíra Cardi faz carta aberta sobre perda do bebê
• Conheça sete fatores de risco que podem causar aborto espontâneo, como o sofrido por Maíra Cardi
No primeiro trimestre, ou seja, até a décima segunda e décima terceira semana, existe o que os médicos chamam de ameaças de abortamento com possíveis sangramentos. É sempre importante procurar o profissional especializado para dar o diagnóstico correto daquele sangramento.
— Existe, por exemplo, o chamado sangramento da nidação, quando o embrião se une ao útero. Ocorre um sangramento pequeno, mas que não faz mal para a saúde do bebê. Neste caso, específico, a vida da mulher continua a mesma. Porém, pode ser um sangramento derivado do deslocamento da placenta, que é um escorrimento maior e gera um aumento de risco. É necessário a suspensão da atividade sexual neste caso — explica a ginecologista Marianne Pinotti, doutora em Obstetrícia e Ginecologia pela Universidade de São Paulo (USP), em entrevista recente ao Globo.
No segundo trimestre, que corresponde a décima quarta semana até a vigésima sétima, o risco é com o encurtamento do colo uterino. O tamanho normal dele seria em torno de 2,5 centímetros. Valores menores ou iguais a 2,5 é preocupante, pois quanto mais curto for o comprimento do colo uterino, maior é o risco de parto prematuro.
— Esta patologia teve recentemente mudanças em seu protocolo de diagnóstico e tratamento. O colo do útero, que deve funcionar como uma "rolha" durante o período de gestação, com mais colágeno, enrijecido e fibroso e cuja função é segurar o peso da gravidez, pode encurtar, amolecer e dilatar configurando uma patologia chamada Incompetência Istmocervical, que é quando acaba tendo uma abertura e não conseguindo manter a gravidez. O que resulta no parto ou perda do bebê durante o segundo trimestre de gestação — explica a obstetra.
Para os dois casos, há a suspensão imediata de atividades sexuais e a mulher precisa ficar em repouso absoluto. Como tratamento ainda é passado o uso de progesterona, hormônio feminino, via vaginal para a mulher que ajuda a endurecer o colo e impede a sua abertura.
Mais próximo do parto, no terceiro trimestre da gravidez, o ato sexual entre o casal é interrompido pelas contrações uterinas que são consideradas normais e começam a ocorrer em torno da vigésima quinta e vigésima oitava semana de gestação.
Chamada de Braxton Hicks, as contrações são preparatórias para o parto e costumam acontecer com mais intensidade levando a paciente sentir o endurecimento da barriga e eventual incomodo. Se elas se tornam ritmadas e de forte intensidade, podem ser o início de um trabalho de parto prematuro.
Mulheres que têm a patologia do colo uterino curto tem grandes chances de ter um parto prematura já no terceiro trimestre, por isso o cuidado com essas mulheres é ainda mais redobrado.
Apesar de ocorrer em uma pequena parcela das mulheres, os riscos são encontrados nos três trimestres da gestação e devem ser acompanhados por um médico especialista afim de solucionar o caso sem causar ameaças de vida à mãe e ao bebê.
Aborto espontâneo de Maíra Cardi
A influenciadora divulgou um vídeo na quinta-feira durante uma consulta no médico dizendo que não traria boas notícias e gravou o momento em que a médica diz que o bebê estava sem batimentos cardíacos.
No dia 23 de dezembro, a influenciadora revelou por meio de vídeos no TikTok, onde estava fazendo uma série sobre sua gravidez, que teve um sangramento após o casal ter relações sexuais.
Por conta disso, o médico recomendou que ela evitasse ter relações e fizesse repouso. Cardi afirmou ainda que sentiu cólicas pontuais e chegou a sentir tontura nos últimos dias.
Ela buscou a ajuda de profissionais depois do sangramento e após perceber mudanças na coloração do plasma: de marrom escuro para vermelho vivo.
Segundo a médica que atendeu a influenciadora, o coração do bebê deve ter parado de bater no dia 31 de dezembro, coincidindo com a cólica que ela sentiu, segundo Thiago Nigro diz no vídeo. Porém, pelos exames feitos, não houve descolamento de placenta, ou saco gestacional.
Na maioria das vezes, a causa de um aborto espontâneo é desconhecida e pode ocorrer porque o feto não está se desenvolvendo normalmente (às vezes, por causa de uma anomalia genética ou defeito congênito).
A causa da perda de Cardi não foi revelada. Ela estava grávida há cerca de um mês.
Nesta sexta-feira, a influenciadora divulgou uma carta aberta sobre a perda:
"Perdemos o nosso primeiro filho juntos... (...) Assim que perdemos o nosso primeiro filho juntos, houve um silêncio ensurdecedor. As palavras somem nessa hora... Os pensamentos começam a tentar achar respostas e justificativas para essa dor descabida. Até que chega o pesado e cruel porque", leu Maíra.