Mais de 100 países homenageiam na ONU os trabalhadores humanitários mortos em conflitos
Os signatários representam uma grande maioria dos 193 Estados-membros da Organização
Mais de uma centena de países-membros da ONU pediram nesta terça-feira (26) prioridade à proteção dos trabalhadores humanitários, diante do número recorde de mortes registrado neste ano, embora esses profissionais não possam nunca ser "alvos" na guerra.
Reunidos perante a imprensa em Nova York, 117 embaixadores prestaram homenagem às pessoas cuja "dedicação é essencial para salvar vidas e aliviar o sofrimento de milhões de pessoas em todo o mundo".
"Repetiremos quantas vezes for necessário: os civis e aqueles que os ajudam devem ser respeitados e protegidos. Eles não são alvos", declarou a embaixadora suíça na ONU, Pascale Baeriswyl.
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Os signatários representam uma grande maioria dos 193 Estados-membros da ONU, incluindo todos os membros do Conselho de Segurança, com exceção da Rússia, e com algumas ausências notáveis, como Israel e Sudão.
Poucos minutos antes, a diplomata suíça posicionou-se ao lado de representantes de várias organizações humanitárias atrás de cadeiras vazias com a mensagem: "A guerra tem limites".
A Suíça, depositária das Convenções de Genebra, presenteou os 15 membros do Conselho de Segurança em agosto com estas cadeiras de 75 anos de idade, para marcar o 75º aniversário desses textos fundamentais do direito humanitário internacional.
As cadeiras "simbolizam o assento do dever" do Conselho, "guardião da paz e da segurança internacionais", bem como da "proteção dos grupos vulneráveis", explicou Baeriswyl antes de uma reunião do Conselho de Segurança sobre o tema.
Em 2023, 280 trabalhadores humanitários foram assassinados em 33 países, segundo o banco de dados Aid Worker Security Database, usado como referência pela ONU.
Esse número é "mais do que o dobro da média anual dos últimos dez anos", afirmou nesta terça-feira, no Conselho, Abby Stoddard, fundadora do centro de pesquisa Humanitarian Outcomes, que gerencia o banco de dados.
E o recorde já foi superado em 2024, antes mesmo do fim do ano.
"Até esta manhã, o número de mortos era de 282", disse Stoddard, que acredita que "mais do que um aumento pontual, estamos testemunhando uma espécie de mudança radical".