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Mais de 130 mortos no Mali por supostos jihadistas

Desde que esta organização afiliada ao grupo Al Qaeda surgiu no centro do Mali em 2015, a região tem sido palco de agressões jihadistas

Soldados treinando na base militar de Menaka, nordeste do Mali, em dezembro de 2020Soldados treinando na base militar de Menaka, nordeste do Mali, em dezembro de 2020 - Foto: Etat Major des Armées / AFP

Nos últimos três dias, 132 civis foram assassinados nas cidades de Diallassagou, Diaweli e Dessagou, localizadas no centro do Mali. Os ataques foram atribuídos aos jihadistas, disseram as autoridades locais e um alto funcionário do governo nesta segunda-feira (20).

"Também queimaram cabanas, casas e roubaram gado", declarou por telefone uma autoridade local, que pediu anonimato. Tanto este funcionário quanto outro indicaram que a contagem de mortes prosseguia nesta segunda-feira. Ambos tiveram que fugir de suas cidades.

Enquanto isso, o funcionário Nouhom Togo, em Bamako, contou que o exército regular conseguiu chegar ao local, permitindo a contagem de mortos. Togo informou nas redes sociais que o número de vítimas era muito maior que o balanço oficial do governo, de 132 mortos.

 

O chefe da junta que governa o Mali desde agosto de 2020, coronel Assimi Goita, decretou três dias de luto oficial.

Segundo Togo explicou à AFP, há duas semanas o exército foi mobilizado na região, o que gerou confrontos com os jihadistas. Várias dezenas desses últimos teriam voltado de moto na sexta-feira para se vingar da população, explicou o representante eleito.

"Eles chegaram e disseram às pessoas: 'vocês não são muçulmanos', na língua peul, e levaram os homens, cerca de cem. A uns dois quilômetros, mataram as pessoas sistematicamente", afirmou.

O governo culpou o grupo Katiba Macina, liderado pelo pregador peul (fulani) Amadou Kouffa, pelos ataques. 

Desde que esta organização afiliada ao grupo Al Qaeda surgiu no centro do Mali em 2015, a região tem sido palco de agressões jihadistas, autodeclaradas milícias de autodefesa e combates intercomunitários. Grande parte da área está fora do controle do governo central.

Mali está afundado em uma profunda crise política, de segurança e humanitária desde o início dos movimentos de insurgências separatistas e jihadistas em 2012.

 A propagação do jihadismo vem se estendendo ao centro do Mali e aos países vizinhos, como Burkina Faso e Níger. 

 

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