Mais de 30.000 militares e policiais são mobilizados para eleições na Nicarágua
As eleições serão observadas por 180 "acompanhantes" convidados pelo governo, que rejeitou a observação internacional de organismos como OEA e União Europeia (UE)
Leia também
• Chefe da diplomacia europeia inicia no Peru visita à América Latina
• Líderes mundiais são convocados a salvar humanidade na cúpula do clima de Glasgow
• Primeiro-ministro espanhol defende reconquistar confiança entre os países do norte e sul
Mais de 30.000 policiais e soldados serão mobilizados a partir desta segunda-feira (1) na Nicarágua, segundo fontes oficiais, para resguardar as eleições de domingo, nas quais o presidente Daniel Ortega tentará o quarto mandato consecutivo, sem adversários de peso.
O tribunal eleitoral, com a ajuda de militares e policiais, começou a distribuição de caixas com as cédulas eleitorais, a tinta indelével e outros materiais que serão usados nos mais de 3.000 centros de votação, anunciou a presidente do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), Brenda Rocha, durante ato oficial.
O comandante do Exército, general Julio Avilés, informou no ato que 15.000 soldados participarão do plano de segurança, com o apoio de 600 meios de transporte terrestre, 400 equipamentos de comunicação de rádio, sete veículos aéreos e 80 embarcações da Marinha.
A polícia, por sua vez, vai mobilizar 16.665 homens e disporá de 3.000 meios de transporte e 600 veículos de comunicação para proteger os centros eleitorais, bem como fazer operações de patrulha.
A distribuição do material eleitoral para as 13.459 seções de votação começou nas regiões remotas do Caribe Norte e Sul, com "o valioso apoio da polícia e do exército", afirmou Rocha.
A funcionária informou que por volta da meia-noite do próprio 7 de novembro espera-se a divulgação dos primeiros resultados.
As eleições serão observadas por 180 "acompanhantes" convidados pelo governo, que rejeitou a observação internacional de organismos como OEA e União Europeia (UE).
Cerca de 4,3 milhões de nicaraguenses - de uma população total de 6,5 milhões - são convocados a votar nestas eleições nas quais Ortega, que governa há 14 anos, disputa com sua esposa, Rosario Murillo, como candidata pela segunda vez à vice-presidência.
Ortega concorrerá com cinco partidos de direita, cujos candidatos são praticamente desconhecidos da população.
A oposição foi excluída do pleito. Sete pré-candidatos presidenciais estão detidos e três partidos foram tornados ilegais. O governo acusa seus opositores de "golpistas", "traidores da pátria" e fazerem "lavagem de dinheiro".