Mais de 3.700 pessoas com problemas respiratórios após tempestade de areia no Iraque
O fenômeno piorou em número e intensidade nos últimos anos no país
Mais de 3.700 pessoas foram tratadas no Iraque por problemas respiratórios devido à tempestade de areia que atingiu o centro e o sul do país, de acordo com um novo relatório do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (15).
Na noite de segunda-feira (14), os fotógrafos da AFP em cidades do sul, como Najaf, Basra e Nasiriya, capturaram o halo alaranjado de poeira que permeava as ruas, obrigando a polícia e os transeuntes a usar máscaras para proteger os pulmões.
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Um socorrista em uma ambulância em Najaf ajudou um jovem a respirar com um cilindro de oxigênio.
"Devido à tempestade, 3.747 casos de asfixia foram registrados desde segunda-feira. Eles foram admitidos em salas de emergência em Bagdá e em outras províncias", disse o porta-voz do Ministério da Saúde, Saif al-Badr.
"Ninguém foi internado em terapia intensiva", enfatizou, dizendo à agência de notícias estatal INA que seus serviços haviam fornecido todos os medicamentos e oxigênio necessários aos pacientes.
No sul, a província de Basra registrou o maior número de casos - mais de mil - seguida pelas regiões de Muthanna (874) e Maysan (628), disse, conforme citado pela INA.
"A maioria desses casos se recuperou e deixou o hospital após receber os cuidados adequados", disse Badr.
A tempestade também forçou os aeroportos de Najaf e Basra a suspender temporariamente os voos na segunda-feira, de acordo com as autoridades aeroportuárias.
Embora o fenômeno tenha tido uma relativa calmaria em 2023 e 2024, as tempestades de areia - que geralmente ocorrem na primavera - pioraram em número e intensidade nos últimos anos no Iraque, um dos cinco países do mundo mais vulneráveis a certos efeitos das mudanças climáticas e da desertificação.
No passado, esse fenômeno forçou as autoridades a fechar escolas e repartições públicas. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, espera-se que o número de "dias de poeira" aumente nos próximos 25 anos.