Israel

Mais de 80 bombas no mesmo alvo em poucos minutos: Israel sabia das chances de matar Nasrallah

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Apoiadores das Brigadas Hezbollah do Iraque agitam bandeiras libanesas e iraquianas enquanto demonstram solidariedade ao movimento Hezbollah do Líbano na cidade sagrada central de Najaf Apoiadores das Brigadas Hezbollah do Iraque agitam bandeiras libanesas e iraquianas enquanto demonstram solidariedade ao movimento Hezbollah do Líbano na cidade sagrada central de Najaf  - Foto: QASSEM AL-KAABI/AFP

Os líderes israelenses estavam cientes há meses do paradeiro do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, cuja morte foi confirmada neste sábado, e decidiram atacá-lo na sexta-feira porque acreditavam que tinham apenas uma pequena janela de oportunidade antes que Nasrallah desaparecesse para um local diferente, de acordo com três oficiais seniores da Defesa israelense.

Dois deles disseram que mais de 80 bombas foram lançadas em um período de vários minutos para matá-lo. Os oficiais não confirmaram o peso ou a marca das bombas.

Os agentes do Hezbollah encontraram e identificaram o corpo de Nasrallah no início deste sábado, juntamente com o de um dos principais comandantes militares do Hezbollah, Ali Karaki, de acordo com as autoridades, que citaram informações de inteligência obtidas de dentro do Líbano.

Todas as três autoridades falaram sob condição de anonimato para discutir um assunto delicado.

O Hezbollah confirmou neste sábado que Nasrallah foi morto nos ataques israelenses, poucas horas após o Exército de Israel anunciar a morte e quase 19 horas depois do ataque em Dahieh, uma área densamente povoada de Beirute que é considerada reduto do Hezbollah.

A operação foi planejada desde o início da semana, quando os líderes políticos israelenses conversaram com seus colegas americanos sobre a possibilidade de um cessar-fogo no Líbano, costurado pelos EUA e a França, e antes do primeiro ministro Benjamin Netanyahu deixar Israel para fazer um discurso na Assembleia Geral da ONU, de acordo com duas das autoridades.

O Gabinete do premier israelense divulgou uma foto na sexta-feira do momento em que ele teria autorizado o bombardeio contra a posição do Hezbollah, do hotel em que está hospedado nos EUA.

Netanyahu já retornou a Israel. Na foto, é possível vê-lo falando em um telefone com fio. Parte da imagem está propositalmente manchada, possivelmente para não comprometer o modelo de equipamentos de segurança utilizados pelo líder israelense para fazer chamadas. O Pentágono divulgou uma nota afirmando que os EUA não tinham envolvimento ou conhecimento prévio da ação.

Todas as três autoridades disseram que Hashem Safieddine, primo de Nasrallah, que é uma peça-chave no trabalho político e social do movimento, foi um dos poucos líderes seniores do movimento xiita libanês que não estavam presentes no local do ataque.

Eles disseram que Safieddine, que há muito tempo é considerado um possível sucessor de Nasrallah, poderia ser anunciado em breve como o novo secretário-geral do Hezbollah. Apesar disso, a imprensa saudita, citada pelo jornal israelense Haaretz, afirmou que o substituto de Nasrallah será o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem.

Na sexta-feira, o Exército israelense bombardeou prédios residenciais na região sul de Beirute, afirmando que o quartel-general da organização estava em seu subterrâneo e que a ação tinha como alvo Nasrallah.

A operação foi recebida com pânico e terror pelos moradores da região e os deslocados que estavam em abrigos. A cada barulho ensurdecedor, pessoas desmaiavam, crianças e mulheres gritavam e choravam, e as pessoas saíam correndo dos prédios, relatou uma repórter da BBC que estava na escola transformada em abrigo.

— Foi como o Juízo Final, não consigo descrever — disse Hussein Awada, de 54 anos, que estava em Dahieh quando as explosões lançaram ondas de choque e fumaça pelas ruas ao redor.

De acordo com o Ministério da Saúde libanês, os ataques em Dahiyeh deixaram seis mortos e 100 feridos — fontes ligadas ao Hezbollah, porém, indicaram que Nasrallah não está entre as vítimas, afirmando que ele "está bem". Autoridades de Defesa israelense, porém, disseram ao jornal Haaretz que estimam o número de mortos em 300.

Horas depois, Israel voltou a atacar a região para atingir o que descreveu como depósitos de armas sob construções civis, o que o grupo xiita negou ser verdade.

Os novos ataques também foram direcionados à área de Tiro, no sul do país, onde Israel diz ter matado Mohamed Ali Ismail, comandante da unidade de mísseis do Hezbollah na região, e seu adjunto, Hossein Ahmed Ismail, bem como outros chefes do movimento armado próximo do Irã.

Os ataques prosseguiram ao longo da madrugada no horário local, atingindo edifícios no sul da cidade, onde Israel alega que" estão instalações de produção de armas, edifícios usados para armazenar armas avançadas e centros de comando importantes" do Hezbollah.

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