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Guerra na Ucrânia

Mais de mil localidades ucranianas estão sem eletricidade por causa de bombardeios russos

Ataques ocorreram na última segunda-feira (17)

Tropas ucranianas resgatando vítimas de bombardeio russoTropas ucranianas resgatando vítimas de bombardeio russo - Foto: DIMITAR DILKOFF/AFP

Mais de mil localidades ucranianas estão sem eletricidade em razão dos bombardeios russos que, segundo a Ucrânia, destruíram 30% das centrais elétricas do país em pouco mais de uma semana.

"Atualmente, 1.162 localidades (...) estão sem eletricidade", informou o porta-voz dos serviços de emergência, Oleksandr Khorunzhyi, depois que a Rússia voltou a atacar infraestruturas energéticas esta manhã.

"Desde 10 de outubro, 30% das centrais ucranianas foram destruídas, causando grandes interrupções em todo o país", declarou o presidente Volodymyr Zelensky no Twitter.

Nos últimos dias, a Rússia realizou cerca de "190 bombardeios com mísseis, drones suicidas e artilharia em 16 regiões ucranianas", apontou Khorunzhyi. Nessa ofensiva, 70 pessoas foram mortas e 240 ficaram feridas, acrescentou.

"A situação é atualmente crítica em todo o país, porque nossas regiões dependem umas das outras", afirmou o chefe de gabinete da presidência, Kirilo Timochenko.

A última série de bombardeios russos atingiu durante a manhã de terça-feira diversas instalações energéticas no sul do país pelo segundo dia consecutivo, o que provocou cortes no fornecimento de energia elétrica e de água.

Na capital Kiev, ao menos duas pessoas morreram após um ataque com mísseis contra uma instalação de abastecimento de energia, informou o Ministério Público.

Os bombardeios também atingiram a cidade de Kharkiv, no leste, Mykolaiv, no sul, e as regiões de Dnipro e Zhytomyr, no centro.

Na segunda-feira, a Rússia atacou o centro de Kiev com "drones suicidas", o que as autoridades ucranianas consideraram um ato de "desespero" de Moscou. Um dos bombardeios destruiu um edifício residencial e cinco pessoas morreram.

Esta foi a segunda semana consecutiva em que a Rússia atacou a capital ucraniana na segunda-feira. Analistas militares consideram as ações uma resposta às derrotas sofridas por Moscou no campo de batalha.

Hospitais com energia de reserva
Após os ataques de terça-feira, Zelensky reiterou a recusa de negociar com o presidente russo, Vladimir Putin. A intenção das tropas de Moscou, denunciou, é "aterrorizar e matar civis".

O exército russo confirmou que bombardeou infraestruturas de energia ucranianas. Várias localidades da região de Zhytomyr, ao oeste de Kiev, e a cidade de Dnipro ficaram sem energia elétrica.

"A cidade não tem energia elétrica nem água", afirmou o prefeito de Zhytomyr, Serguei Sukhomlin. "Os hospitais funcionam com a energia de reserva".

Em Mykolaiv, alvo de ataques durante a madrugada, as autoridades conseguiram restabelecer a rede. Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, foi atingida por oito mísseis, de acordo com o governo regional. Os ataques afetaram uma indústria.

Em Kiev, a operadora DTEK anunciou que os funcionários estavam fazendo "todos os esforços necessários para restabelecer o abastecimento" de energia elétrica.

Kremlin ignora uso de drones iranianos 
Depois dos ataques de segunda-feira, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, acusou o Irã de fornecer drones para a Rússia e pediu a adoção de sanções contra a República Islâmica.

Nesta terça-feira, o Kremlin afirmou que ignora se o exército utiliza drones iranianos na Ucrânia. "É usada tecnologia russa com nomes russos", disse o porta-voz, Dmitri Peskov, que encaminhou a questão ao ministério da Defesa.

O Irã negou que forneça armas para qualquer parte envolvida no conflito na Ucrânia, mas o governo dos Estados Unidos alertou que adotaria medidas contra empresas e países que colaboram com o programa de drones de Teerã.

O ministério da Defesa ucraniano afirmou que nas últimas 24 horas suas tropas derrubaram 38 aviões não tripulados Shahed-136 de fabricação iraniana.

Na guerra, os combates prosseguem no leste e no sul do país.

O Kremlin afirmou que o presidente russo não planeja acabar com a mobilização militar "no momento", embora algumas regiões tenham completado o processo.

Depois de sofrer uma série de reveses na Ucrânia, Putin decretou em setembro a mobilização de centenas de milhares de reservistas para tentar reverter a tendência.

Em Kharkiv, o exército russo anunciou a reconquista da localidade de Gorobivka. As tropas de Moscou foram expulsas da área em setembro, após a contraofensiva de Kiev.

Os investigadores russos afirmaram que, a princípio, acreditam que o avião militar que caiu na segunda-feira em uma zona residencial de Yeisk, cidade do sudoeste do país perto da fronteira com a Ucrânia, foi afetado por uma "falha técnica".

O incidente deixou pelo menos 15 mortos e o Comitê de Investigação Russo informou que está interrogando o piloto, que se ejetou do avião antes da queda.

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