Logo Folha de Pernambuco

educação

Mais de seis meses após fechamento de escolas, MEC diz que vai liberar R$ 525 mi para volta às aulas

A pasta ainda anunciou liberação de R$ 525 milhões para apoiar escolas no retorno

MECMEC - Foto: Divulgação

O MEC (Ministério da Educação) apresentou nesta quarta-feira (7) um guia com orientações e protocolos às redes de ensino para o retorno das atividades presenciais na educação básica. A pasta ainda anunciou liberação de R$ 525 milhões para apoiar escolas no retorno.

Essas são as primeiras ações do governo Jair Bolsonaro (sem partido) direcionadas ao apoio às escolas de educação básica em meio a pandemia. As escolas começaram a ser fechadas a partir de março.

O guia do MEC deve ser visto como referência para as secretarias de Educação. A pasta não faz recomendações para volta às aulas ou estipula datas, mas indica critérios de atendimento por níveis de infecção e orienta redes e escolas sobre atividades administrativas e educativas nas escolas.

"O momento de retorno deve estar de acordo com as autoridade de saúde locais, isso é reforçado durante todo o documento", disse a secretária de Educação Básica do MEC, Izabel Pessoa, durante entrevista coletiva em Brasília.

O MEC tem sido criticado por secretários de Educação e especialistas pela ausência no enfrentamento dos reflexos da pandemia na educação pública. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, não participou do evento de apresentação da medida na sede do MEC -no mesmo horário, ele estava com o presidente Bolsonaro em evento sobre aviação.

Os recursos serão transferidos por meio do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), que transfere o dinheiro para as unidades. Dos R$ 525 milhões anunciados, R$ 313 milhões são de recursos novos, segundo o MEC.

A pasta planeja levar recursos a 117 mil escolas, o que representa uma média de R$ 4.646,00 por escola. Os recursos devem ser usados para reestrutuação de projetos pedagógicos, desenvolvimento de atividades de revisão, avaliação, reparos nas escolas e compra de equipamentos de higiene.

A definição desse orçamento não levou em conta o cálculo de redes de ensino e escolas que já planejam retorno às aulas. Entre as lacunas de atuação do MEC está exatamente a falta desse mapeamento de como se dá a oferta de ensino pelo Brasil nesse período. A secretária de Educação Básica disse que a pasta está elaborando esse trabalho.

Os recursos emergenciais já estão disponíveis no orçamento do MEC. Até agora, no entanto, não houve empenhos (a primeira etapa para a execução).

No início da pandemia, o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou a liberação desses recursos, já previstos, como se fossem uma ação emergencial. Sem contar os novos valores vinculados agora à Covid-19, o MEC pagou às unidades, até esta quarta-feira, 43% dos R$ 1,9 bilhão orçados para o PDDE neste ano. Isso equivale a R$ 806 milhões.

Cálculo do Consed (que representa secretários estaduais de Educação) estimou um custo acumulado, até junho, de R$ 1,9 bilhão com medidas educacionais durante a pandemia. Entram na conta recursos digitais, formação docente e alimentação escolar.

Questionada, Izabel Pessoa disse que, por ora, não há previsão de novos recursos. "A alocação vai ser na medida em que for identificado a necessidade", disse a secretária.

Pela manhã, o ministro disse, em encontro virtual do CNE (Conselho Nacional de Educação), que os R$ 525 milhões seriam um "valor astronômico". Na semana passada, a pasta perdeu R$ 1,4 bilhão de orçamento deste ano, remanejados para outras áreas do governo.

O guia com protocolos do MEC traz orientações de saúde e formas de avaliar quem poderá retornar às aulas. O MEC recomenda análise de situação de saúde dos alunos e educadores –para profissionais com mais de 60 anos e com comorbidades, a orientação é a manutenção das aulas a distância.

O CNE aprovou resolução, na terça-feira (6), que estende até o fim de 2021 a possibilidade de computar atividades remotas como carga-horária escolar.

O documento ambém estipula medidas para as aulas, como o distanciamento de 1 metro entre alunos e a oferta de merenda dentro da sala, além de orientações para treinamento das equipes. Mantido o distanciamento, a quantidade de estudantes por sala fica a critério da escola.

"A gente buscou as referências mais recentes para elaborar esse documento", disse Izabel Pessoa. Consed e Undime (que representa os dirigentes municipais de Educação) participaram da elaboração, segundo a secretaria, que também contemplou orientações da Unicef (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância).

Com relação à classificação de riscos para a volta às aulas, o guia indica que as crianças a partir de 6 anos devem usar máscaras. O equipamento é recomendável para crianças entre 2 a 5 anos e não indicado para os menores.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter