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Mais duas carcaças de botos são encontradas no Lago Tefé, no Amazonas

Cerca de 100 mamíferos apareceram mortos na semana passada

Carcaças de botos são encontradas no AmazonasCarcaças de botos são encontradas no Amazonas - Foto: Miguel Monteiro/Instituto Mamiraua

A ação emergencial de acompanhamento e possível retirada dos botos do Lago Tefé, no Amazonas, encontrou duas carcaças desses animais, informou hoje (2) o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. A mobilização, realizada no final de semana, ocorreu após a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos, como o boto vermelho e o tucuxi, que viviem no local.

No sábado (30), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) enviou equipes de veterinários e servidores do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental, para apurar as causas da mortandade extrema desses mamíferos. Além da seca, a hipótese é que o calor esteja provocando as mortes de peixes e mamíferos na região.

A mobilização envolve organizações parceiras, como o Mamirauá, com ações de monitoramento dos animais ainda vivos, busca e recolhimento de carcaças, coleta de amostras da água para análises de doenças e acompanhamento da temperatura da água, que chegou a 40 graus Celsius (ºC).

“Seguimos na operação monitorando a temperatura do lago. No dia 28, a temperatura chegou a 39,1°C, caiu para 37ºC, na sexta e 32ºC, no sábado. No entanto, ontem, as 16h subiu para 37,8°C e a gente está muito alerta. Ainda não há avanço maior para saber a causa das mortes, mas a temperatura segue como candidato principal da causa da mortalidade, disse à Agência Brasil o integrante do instituto Mamirauá, Ayan Fleischmann.

Segundo Fleischmann, ainda não há atualização sobre o resgate dos animais ainda vivos que estão no lago. Na sexta-feira (29), o Mamirauá lançou um alerta à população que mora nas proximidades do Lago Tefé para evitar o contato com as águas do lago e também o uso recreativo.

Em entrevista ao programa Viva Maria, da Rádio Nacional da Amazônia, a coordenadora do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Mamirauá, Miriam Marmontel, disse, no sábado (30), que esses animais acabam atuando como sentinelas da qualidade da água e são os primeiros a ser afetados com mudanças provocadas no ambiente.

"Eles nos deram o alerta e agora a gente tem que ficar atento a isso. A tendência, se não mudarmos os nossos hábitos, esses eventos vão continuar acontecendo, mais aquecimento global, mudança nos parâmetros climáticos e eles estão utilizando um ambiente que utilizamos muito, especialmente no Amazonas. A água para é primordial para os amazônidas e essa água, que atualmente não está propícia para o boto, também não é propícia para o humano. Tanto para nadar, como consumir. Então que a gente fique muito alerta quanto a isso”, disse a pesquisadora.

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