Malala visita acampamentos para desabrigados por enchentes no Paquistão
A vencedora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai visitou as vítimas das inundações catastróficas que atingiram o Paquistão nesta quarta-feira (12), em sua segunda ida a seu país natal desde que foi alvo de uma tentativa de assassinato por parte dos talibãs, há uma década.
As inundações que atingiram o Paquistão neste verão boreal deixaram um terço do país debaixo d'água, deixando oito milhões de desabrigados e deslocados e em torno de US$ 28 bilhões em danos, segundo estimativas.
Agora, as autoridades enfrentam uma crise sanitária relacionada com um surto de malária, dengue e desnutrição entre os deslocados que vivem situação precária em acampamentos espalhados pelo país.
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Yousafzai visitou acampamentos na zona rural da província de Sindh, onde se reuniu com mulheres que fugiram de suas aldeias tomadas pela água. A jovem descreveu-as como pessoas "muito corajosas", de acordo com um comunicado divulgado pela autoridade ministerial da província.
Dada "a envergadura da destruição", "os líderes internacionais precisam agir, acelerar sua resposta e mobilizar os fundos necessários para ajudar o Paquistão a reconstruir e apoiar as populações afetadas", acrescentou ela, de acordo com um comunicado de sua fundação.
Ela também expressou preocupação com a situação da educação, já que mais de três milhões de crianças têm problemas para ir às aulas, e 12.000 escolas foram danificadas pelas enchentes.
Malala Yousafzai tinha apenas 15 anos quando militantes do Talibã paquistanês - um grupo independente, mas com uma ideologia em comum com o movimento no Afeganistão - atiraram em sua cabeça por sua campanha a favor da educação feminina.
A adolescente foi levada para o Reino Unido para receber um tratamento que salvou sua vida e se tornou uma referência mundial na luta pela educação. Foi a pessoa mais jovem a receber um Prêmio Nobel da Paz.
Membros do Talibã paquistanês Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP) protagonizaram uma insurgência de longa data até que uma grande campanha militar em 2014 restabeleceu a segurança no noroeste do país.
O grupo ressurgiu na região depois do retorno dos talibãs afegãos ao poder em Cabul.
Na terça-feira (11), milhares de pessoas protestaram contra a deterioração da segurança no país.