Malala visita ONG em Olinda e se reúne com jovens para falar sobre educação
Durante uma roda de diálogo, Malala fez perguntas direcionadas às 15 jovens ativistas pela educação
Na última terça-feira (23), durante passagem por Pernambuco, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2014 e ativista pela educação, Malala Yousafzai, visitou o Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF), uma ONG de Olinda com 50 anos de experiência na luta por educação, comunicação e cultura.
Na ocasião, Malala realizou uma escuta das meninas quilombolas, indígenas e periféricas que fazem parte dos projetos apoiados pelo Fundo Malala, uma organização criada por Malala e seu pai, Ziauddin Yousafzai, com o objetivo de garantir a educação das meninas ao redor do mundo.
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Durante uma roda de diálogo, Malala fez perguntas direcionadas às 15 jovens ativistas pela educação de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Pará. Atenta às políticas educacionais do Brasil e às experiências escolares das meninas em seus respectivos territórios, a jovem paquistanesa de 25 anos buscava entender as barreiras que as meninas presentes e seus pares enfrentam para acessar o direito à educação, bem como suas inspirações e jornadas dentro do ativismo junto aos Ativistas pelo Direito à Educação do Fundo Malala no Brasil e os projetos apoiados.
Vitória Érika, jovem quilombola do Quilombo Feijão e Posse, em Mirandiba, Pernambuco, e integrante do projeto Educação Escolar Quilombola, realizado pelo Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF) em parceria com a Articulação Social das Comunidades Quilombolas de Mirandiba (ASCQUIMI), foi uma das meninas que compartilhou sua história educacional com Malala.
Ela ressaltou seu desejo de se tornar professora quilombola. "Me inspiro em você, Malala, e também na minha tia Maria José, que é professora quilombola em nossa comunidade. A escola em que estudei durante toda minha infância só ganhou um banheiro no ano passado, então luto para que as crianças do meu quilombo tenham acesso a uma educação de qualidade. Eu estou cursando pedagogia graças ao que vivi nos últimos anos no projeto Educquilombo e ao conhecer cada vez mais a história de Malala. Estou construindo minha vida através da educação", disse.
Com muita empatia, Malala Yousafzai ouviu todas as meninas e também se abriu para receber perguntas delas. "O que significa conhecimento para você?" e "Quem são suas inspirações?" foram algumas das questões levantadas para a Nobel da Paz.
Malala agradeceu e parabenizou o trabalho das meninas. “Obrigada por dedicarem seus tempos e trazerem seus pensamentos a esta sala. Vocês são muito corajosas e eu estou inspirada pelas suas histórias. Se vocês mudarem uma menina, uma escola… já estão transformando o mundo. Podemos fazer essas mudanças, precisamos da ação de cada uma. Tenham orgulho do trabalho que vocês fazem, coletivamente vocês são mais fortes e têm um grande impacto”.
Com a mensagem de que "educação e conhecimento são emancipação", Malala também assistiu à apresentação cultural da Batucada de Adolescentes e Jovens do Grupo Curumim, que reinterpretam músicas do maracatu e do coco com frases feministas, antirracistas e pró-educação, e dançou com a juventude em uma grande ciranda.