Festival de Veneza

"Manas", filme de Marianna Brennand, é selecionado para mostra competitiva no Festival de Veneza

Primeiro longa de ficção da cineasta, o longa vai participar da Giornate degli Autori (Venice Days) com abordagem sobre cenário de violências na região amazônica

O pontapé inicial para a realização do filme ocorreu quando Brennand tomou conhecimento de casos de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru.O pontapé inicial para a realização do filme ocorreu quando Brennand tomou conhecimento de casos de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru. - Foto: Reprodução/Internet

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O filme “Manas”, dirigido por Marianna Brennand, vai participar da Giornate degli Autori (Venice Days), uma das mostras competitivas do tradicional Festival de Veneza, que acontece de 28 de agosto a 8 de setembro.

O longa é o primeiro longa de ficção da cineasta. Com Jamilli Correa, Dira Paes, Fátima Macedo, Rômulo Braga e atores locais da região amazônica no elenco, o longa acompanha a história de Marcielle, uma jovem que confronta o cenário de violências ao qual a sua comunidade está envolta.

"Ver ‘Manas’ nascer para o mundo no Festival de Veneza é um sonho. É muito gratificante ter o meu primeiro filme de ficção entre os dez selecionados para a Giornate degli Autori, uma mostra que todos os anos revela novos talentos do cinema. Além do reconhecimento de um trabalho de dez anos, traz grande visibilidade para o filme e sua temática tão urgente”, celebra Brennand em comunicado divulgado à imprensa.

No filme, a estreante Jamilli Correa vive Marcielle/Tielle, uma adolescente de 13 anos que vive na Ilha do Marajó, no Pará, junto ao pai, Marcílio (Rômulo Braga), à mãe, Danielle (Fátima Macedo), e a três irmãos.

Ela cultua a imagem de Claudinha, sua irmã mais velha, que teria partido para bem longe após “arrumar um homem bom” nas balsas que passam pela região. Conforme amadurece, Tielle vê ruírem muitas das suas idealizações e se percebe presa entre ambientes abusivos. Preocupada com a irmã mais nova e ciente de que o futuro não lhe reserva muitas opções, ela começa a confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres da sua localidade.

O pontapé inicial para a realização do filme ocorreu quando Brennand tomou conhecimento de casos de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru, na Ilha do Marajó (PA).

Em 2014, ela ganhou um edital de desenvolvimento de roteiro promovido pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e deu início às pesquisas para o trabalho, que incluíram diversas viagens para a região. A intenção inicial, entretanto, era realizar um documentário, seguindo a atuação já consolidada da cineasta, mas a ideia foi logo deixada de lado.

“Era inaceitável para mim como documentarista colocar à frente da câmera crianças, adolescentes e mulheres para recontarem situações de abuso pelas quais haviam passado. Seria cometer mais uma violência contra elas”, afirma ela.

Na trama, Dira Paes interpreta uma policial, personagem baseada em pessoas reais como o delegado Rodrigo Amorim, conhecido por combater a exploração sexual infantil nas balsas da região, e em Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, uma referência no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes na região Amazônica.

Roteiro vencedor do Sam Spiegel International Film Lab, a produção é assinada por Felipe Sholl, Marcelo Grabowsky, Antonia Pellegrino, Camila Agustini e Carolina Benevides, além de Brennand.

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