Manifestação em Genebra contesta papel da OMC na agricultura
"Nossa comida não é mercadoria", "Especulação: início da fome", diziam os cartazes da marcha
Cerca de 500 manifestantes denunciaram neste sábado (11) em Genebra o papel do livre comércio na crise alimentar global, às vésperas da abertura na cidade da primeira reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em mais de quatro anos.
"Nossa comida não é mercadoria", "Especulação: início da fome", diziam os cartazes da marcha.
A segurança alimentar será um dos principais temas da reunião dos 164 países membros da OMC, que tentará definir medidas para reduzir o risco de fome, agravado pela invasão russa da Ucrânia.
As entidades agrícolas que organizaram o protesto criticaram os acordos de livre comércio, alegando que eles destroem os pequenos cultivos e acentuam os riscos para a segurança alimentar quando ocorrem cortes de abastecimento, como é atualmente o caso da guerra na Ucrânia.
Leia também
• ONU alerta para risco de fome na Somália
• Risco de fome atinge patamar recorde no Brasil e ameaça 36% das famílias
• 'Fome', 'combustíveis' e 'corrupção': as palavras mais usadas pelos pré-candidatos nas redes sociais
"A OMC é hoje um lugar para fazer negócios, obter participação no mercado e aumentar os preços da alimentação, tornando-a inacessível para muitos", disse à AFP Nicolas Girod, porta-voz da associação francesa de agricultores Confédération Paysanne.
"A alternativa é desenvolver uma verdadeira soberania alimentar" em escala local, "atenta às demandas das populações", ressaltou Girod, acrescentando que não espera "muito" da reunião da OMC, que durará até quarta-feira.