Manifestantes bloqueados nas estradas da Guatemala pede o fim da perseguição eleitoral
Os manifestantes, em sua maioria indígenas e agricultores, mantêm bloqueados ao menos 17 trechos de rodovias importantes do país
Grupos de manifestantes bloquearam, nesta segunda-feira (2), trechos de rodovias na Guatemala para exigir a renúncia do procurador-geral acusado de tramar um suposto golpe de Estado para impedir que o presidente eleito, o social-democrata Bernardo Arévalo, assuma o carga.
Os manifestantes, em sua maioria indígenas e agricultores, mantêm bloqueados ao menos 17 trechos de rodovias importantes do país como a Interamericana, assim como os que levam à fronteira com o México, El Salvador e Honduras, segundo o órgão estatal Direção Geral de Proteção e Segurança Rodoviária.
As operações de busca na sede do tribunal eleitoral para confiscar as atas das últimas eleições, o pedido para retirar os foros dos juízes desse organismo e a tentativa de suspensão do partido de Arévalo, o Semilla (Semente), provocaram preocupação e exclusão na comunidade internacional.
As manifestações e bloqueios foram convocados pelos prefeitos comunitários dos 48 cantões do departamento de Totonicapán, a oeste da capital, para pedir a renúncia da procuradora-geral Consuelo Porras. Outros setores também se somaram ao protesto.
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Os manifestantes também bloquearam duas entradas da capital, Cidade da Guatemala, e protestaram na sede do Ministério Público (Procuradoria).
Além disso, os grupos pedem a remoção das cargas do promotor Rafael Curruchiche e do juiz Fredy Orellana, que estão liderando uma campanha legal considerada um "golpe de Estado" pelo presidente eleito.
Os três funcionários estão em uma lista de "atores corruptos" e antidemocráticos dos Estados Unidos.
A experiência legal começou depois de Arévalo ficar em segundo nas eleições gerais de 25 de junho e passar ao segundo turno, que venceu em 20 de agosto contra a ex-primeira-dama Sandra Torres.
Na sexta-feira e sábado, promotores sob o comando de Curruchiche e com uma ordem de Orellana, apreenderam as atas eleitorais, provocando uma declaração firme dos Estados Unidos, que disse que a ação "minava" a transição de poder na Guatemala.
Em um comunicado, os 48 cantões garantiram que as manifestações ocorreram, porque os funcionários judiciais tomaram "ações arbitrárias que atentaram contra a democracia e a autonomia do povo e sua ordem constitucional".
A Organização dos Estados Americanos (OEA), Estados Unidos, Espanha, União Europeia e organizações internacionais expressaram sua rechaço à perseguição penal por considerar que atenta contra a democracia e a governabilidade da Guatemala.
Diante dos bloqueios, o Ministério do Interior informou em um comunicado que instruiu a Polícia Nacional Civil a usar uma força para dissolver os protestos, embora devam fazer uma análise para não "colocar em risco a integridade física daqueles que intervêm".