conflito

Manobras diplomáticas para evitar escalada militar no Oriente Médio

O Exército israelense anunciou nesta segunda-feira a chegada do chefe do Comando Central dos Estados Unidos para o Oriente Médio para avaliar a situação de segurança

Fumaça sai do local de um ataque israelense na vila de Taybeh, no sul do Líbano, em meio a confrontos transfronteiriços entre tropas israelenses e combatentes do Hezbollah do LíbanoFumaça sai do local de um ataque israelense na vila de Taybeh, no sul do Líbano, em meio a confrontos transfronteiriços entre tropas israelenses e combatentes do Hezbollah do Líbano - Foto: Rabih Daher / AFP

As manobras diplomáticas para tentar evitar uma escalada militar no Oriente Médio entre Irã e seus aliados, de um lado, e Israel, de outro, se intensificaram nesta segunda-feira (5), em um momento em que muitos países pedem a seus cidadãos que abandonem o Líbano.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu no domingo que seu país está disposto a enfrentar o "Irã e seus 'comparsas' em todas as frentes".

"Qualquer um que matar nossos cidadãos ou prejudicar o nosso país, pagará um preço muito alto", advertiu na noite de domingo.

O Exército israelense anunciou nesta segunda-feira a chegada do chefe do Comando Central dos Estados Unidos para o Oriente Médio (Centcom), Erik Kurilla, a seu território, para avaliar a situação de segurança. Um emissário russo, o ex-ministro da Defesa Sergei Shoigu, desembarcou em Teerã.

O Irã, o movimento islamista palestino Hamas e o Hezbollah libanês culparam Israel pela morte, na quarta-feira, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, assassinado em sua casa em Teerã.

No dia anterior, Israel assumiu a responsabilidade por um ataque que matou o líder militar do Hezbollah, Fuad Shukr, perto de Beirute.

Israel não comentou a morte de Haniyeh, mas prometeu destruir o Hamas após o ataque sem precedentes do movimento ao seu território em 7 de outubro, que desencadeou a devastadora guerra em Gaza.

Desde então, o Hezbollah e os rebeldes huthis do Iêmen, que juntamente com o Hamas e os grupos armados iraquianos formam o que o Irã chama de "eixo da resistência", abriram novas frentes contra Israel.

Mas os assassinatos da semana passada levaram o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, a declarar que Israel tinha ultrapassado as "linhas vermelhas".

"O Irã tem legalmente o direito de punir" Israel, insistiram as autoridades iranianas nesta segunda-feira.

Diante do risco de uma conflagração regional, o presidente americano, Joe Biden, prevê convocar nesta segunda-feira o Conselho de Segurança Nacional para "examinar os últimos acontecimento no Oriente Médio", anunciou a Casa Branca.

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, reforçou seu aparato militar na região e assegurou que também trabalha para "acalmar a situação diplomaticamente".

- Apelos à moderação -
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu nesta segunda-feira, em ligações telefônicas, que todas as partes tomem "medidas nos próximos dias para se abster de qualquer escalada e acalmar as tensões", segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

O presidente francês, Emmanuel Macron, seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, e o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, pediram "a todos os atores" do Oriente Médio "responsabilidade e moderação".

Já o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, instou "todas as partes, assim como os Estados, que têm influência, a agir com urgência" para evitar uma propagação do conflito.

Segundo o site americano Axios, Blinken disse aos seus homólogos do G7 que o Irã e o Hezbollah podem lançar um ataque contra Israel dentro de 24 ou 48 horas, ou seja, a partir desta segunda-feira, segundo três fontes próximas.

Blinken também conversou por telefone com o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al Sudani, diante da possibilidade de ataques de grupos armados iraquianos favoráveis ao Irã.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, assegurou que seu país deve se preparar "para todas as eventualidades, incluindo uma transição rápida ao ataque".

- Disparos na fronteira israelense-libanesa -
Muitos países, incluindo Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, França, Jordânia e Arábia Saudita, pediram a seus cidadãos que abandonem o Líbano.

Várias companhias aéreas suspenderam seus voos para Beirute, incluindo a alemã Lufthansa, que também suspendeu seus voos para Tel Aviv até 8 de agosto e anunciou que evitará o espaço aéreo iraniano e iraquiano até quarta-feira.

A companhia Royal Jordanian comunicou que disponibilizará três voos nesta semana para que os cidadãos jordanianos possam deixar o Líbano.

O Ministério da Saúde libanês informou que quatro pessoas foram mortas durante a noite em ataques israelenses no sul do Líbano, e o Hezbollah assumiu a responsabilidade por disparos em instalações militares no norte de Israel.

Em meio aos temores de uma escalada, o Exército israelense continua sua ofensiva na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, e anunciou que cerca de quinze foguetes foram disparados do território palestino, tendo conseguido derrubar a maioria deles.

O ataque do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel matou 1.197 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Os combatentes islamistas tomaram 251 reféns, dos quais 111 permanecem sequestrados em Gaza, embora 39 deles estejam mortos, segundo o Exército israelense.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva contra Gaza que já deixou pelo menos 39.623 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do territorio palestino, que não especifica o número de civis e combatentes.

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