Marca das joias dadas a Michelle Bolsonaro se envolveu em escândalo na Europa envolvendo 'mulas'
Presente do governo árabe para a ex-primeira-dama está avaliado em R$ 16,5 milhões
A Chopard, marca das joias dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, já se envolveu num esquema para driblar aduanas na França. Segundo uma reportagem do jornal francês Le Parisien, publicada em abril do ano passado, a empresa criou um sistema para fazer as joias atravessarem fronteiras sem pagar impostos.
De acordo com a publicação, as autoridades francesas investigam a participação de funcionários e até mesmo de dirigentes da joalheria na movimentação ilegal de peças. A Chopard também usaria "mulas" — pessoas pagas para transportarem algo ilegalmente. Em 2018, por exemplo, a co-presidente da Chopard, Caroline Scheufele, teria entrado em Paris usando um golar de 17 esmeraldas considerado raro. Por não ter sido declarada, a joia não existe oficialmente na França, aponta o Le Parisien.
Apreensão na Receita Federal
Como se sabe, o governo de Jair Bolsonaro tentou entrar no Brasil ilegalmente com joias avaliadas em aproximadamente R$ 16,5 milhões em outubro de 2021. As pedras preciosas seriam um presente da Arábia Saudita, liderada pelo ditador Mohamed bin Salman, à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os itens não foram declarados e acabaram retidos na alfândega.
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Ao saber que as joias haviam sido apreendidas, o então ministro Bento Albuquerque, titular das Minas e Energia, retornou à área da alfândega e tentou, ele próprio, retirar os itens, informando que se trataria de um presente pessoal para Michelle. A cena foi registrada pelas câmeras de segurança do local. A legislação brasileira impõe, contudo, que é obrigatório declarar qualquer bem avaliado em mais de mil dólares (pouco mais de R$ 5 mil) na chegada ao país.