Maria do Carmo Nino inaugura exposição de fotografias e pinturas, na Galeria Arte Plural
Obras retrabalham cenas, unindo as possibilidades das imagens às artes visuais. Mostra da artista, que não expôe desde 2011, tem curadoria de Marisa Flórido da UFRJ
Para o roteirista e escritor francês Jean-Claude Carrière, a fragilidade humana é o motor de toda expressão, emoção e beleza. Sendo assim, qualquer forma de arte está calcada nessa vulnerabilidade que é comum a cada um de nós.
É esse o conceito que norteia a mostra "Da nossa essência de vidro", que reúne obras da artista visual pernambucana Maria do Carmo Nino, na Arte Plural Galeria, com vernissage marcado para esta terça-feira (22), às 19h. A exposição abre para o público a partir desta quarta-feira (23) e segue em cartaz até o dia 20 de outubro.
"A ideia de fragilidade ainda não existia quando comecei a produzir os trabalhos, mas nasceu quando tive que pensar em um título que amarrasse todos eles. Veio na minha mente um trecho da peça 'Medida por medida', de Shakespeare, que traduz um pouco dessa ideia", conta a artista.
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"O Carrière diz que nós criamos subterfúgios para esconder a vulnerabilidade, porque ela reforça a nossa finitude. A arte, de certa maneira, é um campo de conhecimento que usamos para lutar contra a morte", afirma.
Com curadoria de Marisa Flórido, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a exposição apresenta obras feitas a partir das mais diferentes técnicas. Na série "Dibutades", por exemplo, Maria do Carmo fotografou as sequências dos movimentos de uma bailarina.
A imagem foi editada e impressa sobre uma superfície transparente de vidro. Já "Pequenas narrativas" traz fotografias editadas, impressas em papel, de espetáculos de dança. "Gosto muito da possibilidade de retrabalhar essas cenas, transformar as imagens. Para mim, meu trabalho sempre seguiu um raciocínio entre a fotografia e as artes visuais", declara.
Outra obra norteada pela fotografia é a série "Casulos", produzida no primeiro semestre. "Mandei fabricar uma malha branca e pedi para que duas amigas, de maneira alternada, entrassem nela. Registrei como esses corpos se comportavam dentro do material e, depois, trabalhei as imagens isolando os corpos do ambiente ao redor", explica. "A malha, nesse caso, representa uma segunda pele, uma membrana sensível aos acidentes", complementa.
Nas demais séries, a artista usa tinta esmaltada derramada na água para pintar em diferentes suportes: papel japonês, canson preto e vidros em molduras para slides. Sem se misturar, o esmalte de unha e a água interagem criando distintas camadas de cor. Essa é a primeira mostra individual assinada por Maria do Carmo Nino desde 2011, quando ela ocupou a Torre Malakoff com a exposição "Sustentações".
Serviço:
Exposição "Da nossa essência de vidro", de Maria do Carmo Nino
Abertura nesta terça-feira (22), às 19h. Visitas de terça a sexta-feira, das 13h às 19h; e aos sábados, das 16h às 20h, até 20 de outubro
Arte Plural Galeria (Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife)
Entrada gratuita
Informações: (81) 3424-4431
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