Marinha afirma que óleo nas praias do Nordeste não está ligado ao derramamento de 2019
De acordo com o órgão, o derramamento de 2022 foi lançado após lavagem de tanques de petroleiro
Em nota técnica divulgada na manhã deste sábado (10), a Marinha do Brasil afirma que o novo evento de derrame de óleo nas praias do Nordeste, registrado no mês de agosto, não tem relação com o que aconteceu em 2019. Segundo o texto, a hipótese mais provável aponta para um incidente envolvendo petróleo cru, após lavagem de tanques de petroleiro em alto mar.
A constatação foi feita com base no resultado de amostras coletadas em praias de Casa Caiada, Cupe, Catuama, Maria Farinha, Rio Doce, Bairro Novo, Milagres, Boa Viagem, Paiva e Quartel, em Pernambuco; além de Pitimbu e Jacarapé, na Paraíba; Carro Quebrado, em Alagoas; e Ondina, na Bahia.
Confira abaixo trechos da nota divulgada pela Marinha:
“A partir das análises de amostras de resíduos de óleo até agora efetuadas, há indicação de que houve um novo evento, cuja hipótese mais provável aponta para um incidente envolvendo petróleo cru, proveniente do descarte de água oleosa lançada ao mar, após a lavagem de tanques de navio petroleiro, em alto mar. Os biomarcadores, ou indicadores de origem, sugerem tratar-se de petróleo produzido no Golfo do México. Tal origem foi estabelecida a partir da análise das amostras coletadas, especificamente, nas praias de Pernambuco (Boa Viagem, Paiva e Quartel) e Bahia (Ondina).”
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“É válido mencionar que algumas pelotas de óleo foram encontradas com organismos incrustantes do gênero Lepas. Estes organismos são conhecidos como “cracas” (crustáceos), e cuja espécie encontrada vive em águas abertas. De acordo com o tamanho das cracas encontradas, já bem desenvolvidas, pode-se afirmar que essas pelotas de óleo permaneceram mais de duas semanas à deriva, no oceano, antes de encalharem na praia.”
“Por outro lado, amostras coletadas na praia de Itacimirim e Itapuã (Bahia), mostraram resultados correlacionáveis com o óleo de 2019. Tal fato, no entanto, não indica tratar-se de um novo derramamento, do mesmo óleo, daquele incidente. Tais amostras demonstram a existência de resíduos daquele óleo, que permaneceu nas areias das praias, ou fixado em rochas e recifes de coral próximos ao litoral, que se desprenderam por força de ventos mais fortes e de ressacas, que normalmente ocorrem na região, nessa época do ano.”
A pesquisa foi assinada por: INPE/MCTI, UFBA, UFPE, UECE, IBAMA, CTMRJ, IEAPM e ComPAAz/Marinha do Brasil.