Martín Guzmán, ministro da Economia da Argentina, renuncia ao cargo
Guzmán renunciou por meio de uma longa carta endereçada ao presidente, que ele postou no Twitter
Depois de muitos meses de desgaste devido à política interna que atravessa o governo de Alberto Fernández de ponta a ponta, o ministro da Economia, Martín Guzmán, renunciou neste sábado (2) ao cargo.
O momento em que o governante optou por tornar pública sua decisão coincidiu com o discurso que Cristina Kirchner fazia em Ensenada, renovando suas críticas ao rumo econômico.
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Guzmán renunciou por meio de uma longa carta endereçada ao presidente, que ele postou no Twitter.
“Com a profunda convicção e confiança em minha visão do caminho que a Argentina deve seguir, continuarei trabalhando e agindo por uma Pátria mais justa, livre e soberana”, disse ele na carta, na qual destacou suas conquistas de gestão.
Con la profunda convicción y la confianza en mi visión sobre cuál es el camino que debe seguir la Argentina, seguiré trabajando y actuando por una Patria más justa, libre y soberana. pic.twitter.com/rJQ5w0argQ
— Martín Guzmán (@Martin_M_Guzman) July 2, 2022
Fernández x Kirchner
A renúncia de Guzmán é uma clara derrota política do presidente Alberto Fernández, em sua disputa permanente e cada vez mais pública e feroz com a vice-presidente, Cristina Kirchner.
Há menos de um mês, em meio a pressões do kirchnerismo, Fernández afastou o ex-ministro da Produção, Matias Kulfas, que foi substituído pelo ex-embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli.
Tanto Kulfas como Guzmán vinham sendo questionados por Cristina e seus aliados, que culparam a equipe econômica pela derrota do governo nas eleições legislativas de 2021.
Com a saída de Guzmán, surgem sérias dúvidas sobre a sustentabilidade de Fernández, faltando um ano e três meses para as eleições presidenciais de 2023.