Conflito no oriente médio

Mauro Vieira: Nota sobre ataque a Israel foi cautelosa, porque não havia 'clareza' sobre a situação

Chanceler afirma que Brasil condena qualquer tipo de violência

Mauro Vieira falou que o Brasil sempre condena qualquer ato de violênciaMauro Vieira falou que o Brasil sempre condena qualquer ato de violência - Foto: Mauro Pimentel/AFP

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, justificou a nota cautelosa sobre os ataques do Irã a Israel, divulgada pelo Itamaraty, que sofreu críticas pela falta de condenação ao governo iraniano. Veira explicou que o comunicado, divulgado às 23h, foi elaborado em um momento de incertezas sobre o que de fato estava se passando, mas afirmou que o Brasil condena qualquer tipo de violência.

— O Brasil condena sempre qualquer ato de violência e o Brasil conclama sempre ao entendimento entre as partes — afirmou.

Ele ressaltou que o governo brasileiro, até então não tinha conhecimento sobre a extensão das medidas e seu impacto na região.

— Ela [a nota do Itamaraty] foi feita à noite, às 23h, quando todo o movimento começou. E nós manifestamos o temor de que o assunto, o início da operação, pudesse contaminar outros países. Isso foi feito à noite, num momento em que não tínhamos claro a extensão ou o alcance das medidas tomadas; e sempre fizemos, como fazemos sempre, um apelo para contenção e entendimento entre as partes — disse o chanceler.

Interlocutores do Palácio do Planalto e do Itamaraty disseram ao GLOBO que o Brasil poderá subir o tom em relação a Irã, caso o país do Oriente Médio escale o clima de tensão com Israel. Segundo resumiu um integrante do governo brasileiro, “enquanto o texto era escrito, os drones iranianos estavam a caminho.

Mais de 300 drones e mísseis foram lançados pelo Irã, na noite de sábado, contra o território israelense. Foi uma ofensiva sem precedentes, desde o início do conflito entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas, na Faixa de Gaza.

Israel se protegeu usando o “Domo de Ferro”. Trata-se de uma espécie de escudo formado por mísseis interceptadores que se chocam no ar com os projéteis inimigos.

A nota divulgada pelo Itamaraty começou a ser discutida, em conjunto, às 19h de sábado, pelo chanceler Mauro Vieira e o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim. Em seguida, o comunicado foi submetido à avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deu sinal verde para a divulgação.

O texto informava que o governo brasileiro acompanha, “com grave preocupação”, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, o que deixor em alerta países vizinhos, como Jordânia e Síria. A nota destaca que, desde o início do conflito entre israelenses e o Hamás, em outubro do ano passado, o Brasil vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã.

“O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada”.

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