Meados de outubro é limite para acordo pós-Brexit, diz premiê britânico
Nas vésperas da abertura da oitava rodada de negociações, nesta semana em Londres, Johnson reitera que o Reino Unido não irá negociar sua independência
Meados de outubro representa o último prazo para a conclusão de um acordo pós-Brexit com a União Europeia (UE), afirmou neste domingo (6) o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.
Nas vésperas da abertura da oitava rodada de negociações, nesta semana em Londres, Johnson reitera que o Reino Unido não irá negociar sua independência.
"Agora entramos na fase final de nossas negociações com a UE", dirá na segunda-feira o chefe do governo conservador, aumentando a pressão antes de retomar as conversas na terça.
O Reino Unido abandonou formalmente a UE em janeiro, quase quatro anos após o histórico referendo que marcou o fim de quase 50 anos de integração continental.
O país, porém, segue regido pelas normas europeias até o fim do ano, enquanto ambos os lados tentam definir as condições para um acordo de livre comércio.
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"A UE foi muito clara com relação ao calendário. Eu também. Deve-se chegar a um acordo com nossos amigos europeus até o Conselho da Europa de 15 de outubro para que entre em vigor antes do fim do ano", quando acaba o período de transição pós-Brexit, enfatizou o primeiro-ministro britânico.
"Não faz sentido pensar em prazos que iriam além disso. Se não conseguirmos entrar em acordo até lá, não vejo um acordo de livre comércio entre nós", continuou.
"Teríamos um acordo comercial com a UE como o da Austrália", muito menos vasto, o que representaria, segundo o mandatário, "uma boa saída para o Reino Unido", que prepara suas infraestruturas aduaneiras e portuárias para tal situação.
"Teremos a liberdade de concluir acordos comerciais com todos os países do mundo. E iremos prosperar muito", confia.
Mas "ainda é possível chegar a um acordo. Seguiremos trabalhando duro em setembro para alcançá-lo".
As negociações empacam principalmente no que diz respeito à pesca e às condições de concorrência igualitárias.
Se em 31 de dezembro um acordo não for alcançado, serão aplicadas as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), com suas altas tarifas e controles aduaneiros rigorosos, nas relações comerciais bilaterais.