MEC corta R$ 619 milhões das universidades e colégios federais
Metade do bloqueio que havia sido feito em maio virou corte; dinheiro para ensino superior foi para Programa de Garantia de Atividade Agropecuária, diz andifes
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e a Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) anunciaram, nesta sexta-feira (24), que as instituições federais de ensino perderam, juntas, mais de R$ 600 milhões do orçamento discriminado em junho.
As universidades federais tiveram um corte de R$ 217 milhões nesta sexta-feira e R$ 220 milhões no começo do mês. Metade desse dinheiro, segundo a Andifes, foi remanejado para o Programa de Garantia de Atividade Agropecuária. Já os colégios da rede federal perderam R$ 92 milhões agora e outros R$ 92 milhões no começo do mês. Juntas, os cortes somam R$ 619 milhões.
Com isso, todo o orçamento das instituições que estavam bloqueados não serão recuperados. Isso significa que eles tiveram outras destinações e o contingenciamento virou, de fato, um corte.
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O orçamento discriminado é aquele na qual o governo federal consegue cortar porque não são gastos obrigatórios — como salários e aposentadorias.
No entanto, essa verba é fundamental para o funcionamento das universidades. É com ela que se paga contas de água, luz, segurança e manutenção, além de investimentos em pesquisa, bolsas e auxílios a estudantes carentes.
— Foram retirados recursos que impactam em todas as nossas ações. A manutenção das nossas escolas, a realização de atividades de pesquisa, de ensino, de extensão, de assistência estudantil que garanta a permanência e êxito dos nossos estudantes — afirma Cláudio Alex Jorge da Rocha, presidente do Conif e reitor do IFPA.
Em nota, a Andifes informa que se reuniu com representantes do MEC e foram informados de que os detalhes técnicos da decisão tomada pela equipe econômica do governo.
"Os diretores da Andifes, inclusive fazendo menção a vários dos debates ocorridos na sessão do conselho pleno desta quinta-feira, deixaram clara a gravidade da situação e a inviabilidade do funcionamento das instituições sem a recomposição dos orçamentos. Novos movimentos e ações da Andifes em face desse gravíssimo deslocamento de recursos da educação pública superior serão em breve noticiados", informou o grupo.