Médico faz alerta sobre superfungo Candida auris e diz como se prevenir; Pernambuco tem dois casos
Em Pernambuco, há registros de dois homens, de 48 e 77 anos, com o fungo
Dois homens, de 48 e 77 anos, foram detectados com o superfungo Candida auris em Pernambuco neste ano. Um está em tratamento no Hospital Miguel Arraes, enquanto o outro está no Tricentenário, ambos localizados na Região Metropolitana do Recife. Seus nomes não foram divulgados. O médico infectologista Raphael dos Anjos conversou com a reportagem da Folha de Pernambuco a respeito do tema.
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O primeiro alerta feito pelo médico sobre o Candida auris, que é encontrado principalmente em ambientes hospitalares, foi sobre as diferentes formas de contágio. “O contato ocorre através de superfícies contaminadas ou por fluídos biológicos de pacientes colonizados ou infectados”, iniciou, antes de falar sobre os sintomas e ainda a possibilidade de “carregar” o fungo e estar assintomático.
‘“Não existe uma sintomatologia específica. Depende onde o fungo é encontrado, mas já foi evidenciado que com a maioria dos pacientes aconteceu apenas a colonização e não infecção. Isso significa que o fungo não trouxe sintomas, mas apenas que reside no indivíduo”, explicou.
As maneiras de prevenção, segundo ele, variam entre a completa e regular lavagem das mãos e o uso de equipamentos específicos em ambientes hospitalares. Ele ainda mencionou como é feito o tratamento.
“Existem diversas formas de prevenção, como o uso correto de equipamentos de proteção individual, higienização das mãos, uso correto de antimicrobianos e antibióticos e medidas de precaução contra a disseminação do fungo no ambiente, se for comprovada a presença dele. O tratamento, quando evidenciada a infecção, é realizado com antibióticos chamados antifúngicos”, afirmou Raphael dos Anjos.
Dois casos em Pernambuco
O primeiro caso do superfungo Candida auris em Pernambuco neste ano foi divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) no dia 11 deste mês. O segundo, três dias depois.
Os dois homens, de 48 e 77 anos, chegaram até as unidades de saúde no Grande Recife por conta de outras questões clínicas, e, segundo a SES, “não apresentam repercussões clínicas a partir desse diagnóstico", fazendo alusão ao fungo.
Ainda segundo a Secretaria, "não há, ainda, evidência do vínculo desses casos entre si ou com casos anteriores”.
O médico infectologista Raphael dos Anjos reforçou a presença da Candida auris apenas em espaços médicos e expandiu esse cenário a nível nacional. “No momento, todas as ocorrências são registradas em ambientes relacionados à assistência em saúde. No Brasil, existem registros apenas em hospitais”, concluiu.