Médico que participava dos testes da vacina de Oxford recebeu placebo, dizem agências de notícias
O médico era voluntário do experimento e morreu na segunda-feira (19), por complicações decorrentes da Covid-19
O médico brasileiro voluntário que participava dos testes da vacina de Oxford e morreu na última segunda-feira (19) teria recebido placebo e não uma dose da vacina, declararam agências de notícias na tarde desta quarta-feira (21).
O jornal "O Globo" e a agência de notícias Bloomberg, citando fontes ligadas aos testes, publicaram que o médico estava no grupo de controle e por isso teria recebido a substância.
O médico de 28 anos trabalhava na linha de frente da pandemia e morreu de complicações causadas pela Covid-19. Esta é a primeira morte reportada durante os testes de vacinas contra o novo coronavírus realizados no mundo.
Um dos organizadores envolvidos no estudo, o AstraZeneca informou que, devido a uma cláusula de confidencialidade, não pode dar detalhes sobre os voluntários, mas que a avaliação independente "não gerou preocupações quanto ao prosseguimento do estudo".
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O Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), que ajuda a organizar os testes no Brasil, declarou que o processo de revisão independente "não gerou dúvidas sobre a segurança do estudo e recomendou que o mesmo continue".
Metade dos 8 mil voluntários que já participaram do teste clínico no Brasil receberam o placebo, segundo o Idor.
O jornal "O Globo" publicou que o voluntário que morreu atendia pacientes com Covid-19 desde março, em dois hospitais do Rio de Janeiro. Ele se formou no ano passado e gozava de boa saúde, segundo parentes e amigos.
Suspensão dos testes
Oxford e AstraZeneca tiveram que suspender os testes da vacina em setembro, quando um voluntário na Grã-Bretanha desenvolveu uma "doença potencialmente inexplicável". Os testes foram retomados depois que os reguladores britânicos e uma revisão de segurança independente concluíram que a doença não havia sido um efeito colateral da vacina.