Meloni diz que Ucrânia pode contar com a Itália
País tem sido grande defensor das sanções da União Europeia contra a Rússia pelo conflito na Ucrânia
A Ucrânia pode contar com o apoio do novo governo italiano - disse a líder de extrema direita Giorgia Meloni em uma mensagem ao presidente Volodimir Zelensky.
"Vocês sabem que podem contar com nosso apoio leal à causa da liberdade do povo ucraniano. Permaneça forte e mantenha sua fé firme!", disse Meloni em um tuíte publicado em inglês na noite de terça-feira (27), em resposta a uma mensagem de parabéns pela vitória nas eleições enviada pelo presidente ucraniano.
"Agradecemos pelo apoio constante da Itália à Ucrânia na luta contra a agressão russa. Esperamos uma parceria produtiva com o novo governo italiano", tuitou Zelensky, em italiano.
O ex-primeiro-ministro Mario Draghi foi um dos mais firmes defensores das sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia pelo conflito na Ucrânia, apesar da dependência de seu país do gás russo.
Roma também enviou armas para ajudar Kiev contra as forças do presidente russo, Vladimir Putin.
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A pós-fascista Giorgia Meloni é eurocética, mas apoia a linha de Draghi sobre a Ucrânia. Já seus possíveis futuros aliados do governo - o líder da Liga de extrema direita, Matteo Salvini, e o ex-primeiro-ministro de direita Silvio Berlusconi, do Forza Italia - mantêm laços estreitos de longa data com Moscou.
O gabinete de Draghi negou nesta quarta-feira uma informação do jornal La Repubblica, segundo a qual ele teria assegurado aos aliados europeus que um governo liderado por Meloni não prevê qualquer ruptura radical.
Segundo o jornal, Draghi teria dito aos líderes de França, Alemanha e UE que Meloni concordou em continuar apoiando a Ucrânia, manter o papel da Itália na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e controlar a dívida pública.
Esses três pontos correspondem às declarações públicas de Meloni, mas Draghi não ofereceu "nenhuma garantia" a esse respeito, observou sua assessoria.
Draghi "mantém contatos regulares com parceiros internacionais para discutir os principais assuntos da agenda e continua comprometido com uma transição ordenada", disse um porta-voz.
Draghi, que como ex-presidente do Banco Central Europeu tem boas relações com muitos líderes mundiais, está tentando tranquilizar seus aliados sobre a perspectiva de um governo de extrema direita em Roma.