Membro de gangue em El Salvador é condenado a quase 500 anos de prisão
A FGR não detalhou em que período as extorsões foram cometidas
A justiça de El Salvador condenou um membro da gangue Mara Salvatrucha (MS-13) a 460 anos de prisão por extorsão agravada, informou nesta quinta-feira (13) a Procuradoria Geral da República (FGR, na sigla em espanhol).
Outro membro da organização criminosa recebeu uma pena de 360 anos, enquanto outros seis membros da gangue foram condenados a penas que variam entre 60 e 20 anos de prisão.
A FGR informou em sua conta na rede social X que conseguiu "que 8 membros da MS recebam condenações de até 460 anos de prisão por extorquir 24 vítimas".
"Com abundantes evidências, a FGR demonstrou que os membros da gangue exigiam dos comerciantes, proprietários de ônibus de transporte público e taxistas entre 40 e 100 dólares mensais para deixá-los trabalhar", acrescentou.
A FGR não detalhou em que período as extorsões foram cometidas, mas afetaram residentes nas localidades de Guatajiagua, Morazán, Ciudad Barrios, Chapeltique e Moncagua, todas no leste do país.
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Em julho de 2023, o Congresso salvadorenho, a pedido do governo do presidente Nayib Bukele, aprovou reformas que permitem a realização de processos penais massivos contra membros de gangues sem a necessidade de individualizar as responsabilidades dos acusados.
Na mesma ocasião, também foi aprovado o aumento das penas para os líderes de gangues de 45 para 60 anos de prisão. Mais de um ano antes, o Congresso também aprovou penas de 20 a 30 anos de prisão para a participação em uma organização criminosa.
Antes de o governo de Bukele declarar, em março de 2022, uma ofensiva contra as gangues, amparado em um regime de exceção questionado por organismos de direitos humanos, as gangues se alimentavam da cobrança de extorsões e da venda e distribuição de drogas.
Aqueles que não pagavam eram ameaçados de morte ou, no pior dos casos, assassinados.
Após o início da "guerra" contra as gangues pelo governo de Bukele, as extorsões se reduziram drasticamente e, segundo as autoridades, atualmente quase desapareceram.
Em uma recente entrevista à AFP, o ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro, afirmou que, por meio da extorsão, "a indústria do crime" das gangues gerava anualmente entre 1,5 e 2 bilhões de dólares (entre 8 e 10,8 bilhões de reais) por ano, mas atualmente as extorsões "não chegam nem a 5%" desse valor.
Segundo dados oficiais, durante o regime de exceção, mais de 80 mil supostos membros de gangues foram detidos.