'Mendigato' é encontrado no Rio, mas escolhe continuar nas ruas
Família do ex-modelo não tinha informações sobre ele há seis meses
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O ex-modelo Rafael Nunes da Silva, 41 anos, foi encontrado por agentes do Segurança Presente da Lapa. Ele estava no Centro do Rio, onde a família afirmava ser o paradeiro dele da última vez que foi visto. O homem, natural do Paraná, foi encontrado no fim da madrugada deste sábado (19) e levado para a 5ª DP (Gomes Freire). Na distrital, no entanto, ele optou por voltar às ruas, informou, em nota, o Segurança Presente.
Rafael estava desaparecido há seis meses. Nesta semana, a ex-mulher dele, a jornalista Clarissa Couto, fez um apelos nas redes sociais para que fossem repassadas informações que pudessem ajudar a encontrá-lo. Neste tempo sem notícias do ex-modelo, equipes da Secretaria municipal de Assistência Social já tinham o abordado três vezes nas ruas do Rio, mas em apenas uma delas ele aceitou ser levado para um abrigo, em abril.
Nesta madrugada, Rafael foi encontrado por agentes quando estava na esquina das ruas Joaquim Silva e Moraes e Vale, na Lapa. Sem ter notícias do ex-marido desde o início do ano, Clarissa fez um registro comunicando o sumiço na Delegacia de Homicídios de Niterói-São Gonçalo.
Segundo o Segurança Presente, ao ser levado para a 5ª DP nesta madrugada para a comunicação da localização do desaparecido, "Rafael alegou que saiu de casa e manifestou o desejo de permanecer na rua".
Em 14 de abril, Rafael Nunes da Silva foi abordado na Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, na Zona Sul carioca. Segundo a SMAS, na ocasião, o homem aceitou o acolhimento e foi encaminhado para a Central de Recepção, na Ilha do Governador.
Depois dessa oportunidade, por outras duas vezes a Secretaria de Assistência Social o abordou novamente: em 26 de abril, no Largo da Carioca, e no último dia 2, no Pier Mauá, perto da estação do VLT, ambas localidades no centro do Rio. A prefeitura disse ainda que nas duas últimas abordagens, ele não aceitou o acolhimento, mas foi encaminhado para tirar a segunda via da carteira de identidade. A região por onde passou é a mesma informada para a ex-mulher de Rafael.
Rafael se mudou para o Rio de Janeiro em 2013 após conhecer sua então mulher, Clarissa, mãe de seus dois filhos. A mulher, que é jornalista, contou ao “Encontro”, da TV Globo, em 2013, que conheceu o então marido devido à repercussão da sua história e queria ajudá-lo. Contou com um amigo em comum da fotógrafa para chegar até ele, quando saísse da reabilitação.
O então casal foi morar em Niterói, na Região Metropolitana, e o relacionamento terminou em 2020. Em um vídeo publicado nas redes sociais há uma semana, Clarissa relata uma série de recaídas e internações. Rafael chegou a voltar a morar no Paraná após a separação, mas retornou ao Rio para ficar próximo aos filhos, conforme explica Clarissa. Ele chegou a morar na casa da ex-mulher, em que também mora o seu atual marido. Seu último endereço tinha sido em São José do Imbassaí, na cidade de Maricá.
Em 28 de fevereiro, Clarissa encontrou o ex-marido pela última vez e, segundo seu relato, recebia informações de que era visto pelas ruas do Centro e até pelo Aterro do Flamengo.
Quando foi fotografado em 2012, Rafael estava há um ano vivendo nas ruas de Curitiba, conforme contou em entrevista ao "Encontro", da TV Globo, em 2013. Segundo ele, que usou drogas desde os 16 anos de idade, a motivação de sua ida às ruas foram embates com parentes.
— Foi o momento que pensei: "Não ficarei internado", e retornei para casa. Minha mãe e minha irmã falaram: “Você não vai ficar em casa consumindo álcool e drogas do jeito que você está, olha teus sobrinhos, (você) tem dois sobrinhos que são lindos, te adoram, você não ta fazendo nada para merecer. E tudo que você está ganhando, está gastando em algo que é ilícito”. Foi ali que pensei: "vou procurar meu prazer próprio e vou viver na rua, não vou trabalhar, não quero responsabilidades, e assim me joguei na rua — contou à apresentadora Fátima Bernardes à época.
Completando a fala, afirmou que entendeu, durante a internação, que as drogas interferiam em suas percepções e comportamentos, além do quanto isso interferia também em sua relação com as pessoas mais próximas.
O desaparecimento de Rafael foi registrado na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG). Um cartaz também foi divulgado, pedindo informações sobre o seu paradeiro.