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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Menino de 11 meses é o primeiro caso diagnosticado de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos

Em meio à guerra, ele não pode ser vacinado

Foto: Eyad Baba/AFP

Abdul Rahman, de apenas 11 meses, é embalado por sua mãe, Niveen Abu al-Jidyan, em uma surrada cadeirinha para transportar bebês. Enquanto dorme, ele não se dá conta dos drones que voam sobre suas cabeças na Faixa de Gaza, ou da doença incurável que está paralisando o seu corpo.

O menino é o primeiro caso confirmado de poliomielite no enclave palestino em 25 anos.

— O vírus [da poliomielite] o atingiu com força. Ele não foi vacinado devido aos nossos constantes deslocamentos — relata a mãe em um vídeo divulgado pela ONU nesta quinta-feira. — Quando nós saímos do norte [da Faixa de Gaza], ele tinha apenas um mês de vida.

A poliomielite afeta principalmente crianças menores de cinco anos e pode causar paralisia irreversível e até a morte. É altamente infecciosa e não tem cura; só pode ser prevenida pela imunização, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nesta quinta-feira, Israel concordou com a realização de “pausas limitadas” nos combates na Faixa de Gaza para permitir que funcionários de saúde das Nações Unidas apliquem vacinas contra a poliomielite para centenas de milhares de crianças no território, informou a OMS.

Mas já é tarde demais para Abu al-Jidyan e seu filho.

— Quando a doença foi descoberta, disseram que o motivo foi a falta de vacinação e que as condições de vida precárias, falta de higiene e desnutrição deixaram ele suscetível à infecção — disse a mulher à ONU.

Em meio à guerra que assola a Faixa de Gaza desde outubro do ano passado e que já deixou mais de 40 mil palestinos mortos, Abdul Rahman foi diagnosticado com paralisia na perna esquerda.

Segundo a mãe, ele está muito fraco e não consegue ficar de pé, sentar ou se mover como antes.

— Ele fará um ano no mês que vem. Ele deveria estar andando agora, mas de repente parou de se mover — disse al-Jidyan à CNN, em uma tenda improvisada no campo de refugiados de al-Mawasi.

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Embora não haja cura para a poliomielite, existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas da doença — mas será difícil para a família de Abu al-Jidyan encontrá-los, dado o estado do sistema de saúde de Gaza.

— Quero que meu filho se recupere, quero que ele volte a se mexer. Que ele engatinhe de novo. Mas não posso fazer nada por ele — lamentou.

Em entrevista à CNN, ela também fez um apelo:

— Leve-o para o exterior para tratamento ou encontre uma solução para que meu filho possa começar a andar e se mover novamente.

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