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Menino de 6 anos resgatado dois dias após terremoto na Indonésia

O pequeno Azka sobreviveu sem água nem comida sob os escombros

Menino de 6 anos resgatado dois dias após terremoto na IndonésiaMenino de 6 anos resgatado dois dias após terremoto na Indonésia - Foto: Handout / BOGOR ADMINISTRATION / AFP

As equipes de emergência da Indonésia trabalhavam contra o tempo nesta quinta-feira (24) para encontrar sobreviventes após o terremoto que deixou 271 mortos, após o resgate com vida de um menino de seis anos que passou dois dias preso nos escombros.

O resgate "milagroso", na quarta-feira à noite, aumentou as esperanças de que sobreviventes possam ser encontrados entre as ruínas provocadas pelo terremoto que devastou a cidade de Cianjur, em Java Ocidental, na segunda-feira.

Quarenta pessoas continuam desaparecidas, segundo as autoridades.

O pequeno Azka, de seis anos, sobreviveu sem água nem comida.

"Quando percebemos que Azka estava vivo, todos começaram a chorar, inclusive eu", afirmou à AFP Jeksen, um voluntário de 28 anos.

"Foi muito emocionante, um milagre", completou.

As equipes de emergência sabem que 72 horas depois do terremoto, de 5,6 graus, as chances de encontrar sobreviventes são muito pequenas.

O vídeo do resgate, divulgado pelo governo do distrito de Bogor, em Java Ocidental, mostra o momento em que os socorristas retiram Azka de uma casa destruída no distrito de Cugenang, o mais afetado da cidade.

O homem que o resgatou de um buraco nos escombros abraçou o menino com os dois braços, enquanto outro socorrista com um traje de proteção segurava a mão do menino.

Pouco depois, Azka era hidratado enquanto estava no colo de um soldado.

O corpo da mãe do menino foi encontrado poucas horas antes, informou um voluntário à AFP.

Além disso, ao lado da criança foi encontrado o corpo de sua avó, disse Jeksen.

O menino sobreviveu graças a um muro que apoiou outra parede que desabou e impediu a queda sobre ele, informou a imprensa local.

"Ele foi encontrado na parte esquerda da casa, na cama. Estava protegido por um travesseiro e havia um vão de 10 centímetros entre ele e o muro de concreto", explicou Jeksen.

"Era um espaço tão estreito, estava escuro, calor e não havia espaço suficiente para respirar", acrescentou.

"Durante todos os anos que trabalhei como voluntário eu nunca vi algo assim. Como poder não chorar?".

Muitas vítimas do terremoto foram crianças que ficaram presas em suas escolas ou casas, informaram as autoridades.

Mas o tempo para encontrar mais sobreviventes é curto e os trabalhos de resgate são prejudicados pelas chuvas intensas e ameaças de tremores secundários.

"Hoje mobilizamos 6.000 pessoas para a operação de busca e resgate. Está chovendo, mas continuamos procurando", afirmou o diretor da agência nacional de gestão de desastres, Suharyanto, que tem apenas um nome, como muitos indonésios.

"Por favor, rezem por nós para que as 40 pessoas desaparecidas possam ser encontradas", pediu.

O balanço mais recente registra 271 vítimas fatais, mas o número pode aumentar, segundo as autoridades. Quase 2 mil pessoas ficaram feridas.

O presidente indonésio, Joko Widodo, visitou a área da tragédia pela segunda vez nesta quinta-feira.

Mais de 61 mil pessoas ficaram desabrigadas após o terremoto. O governo distribui alimentos e barracas, mas os hospitais estão sobrecarregados.

Localizada no "círculo de fogo" do Pacífico, onde placas tectônicas se encontram, a Indonésia registra terremotos ou erupções vulcânicas com frequência.

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