Menino palestino que sobreviveu a ataque aéreo morre durante entrega de alimentos por ar em Gaza
Zein Oroq, de 13 anos, foi esmagado por caixa de ajuda humanitária lançada sobre Gaza
O drama da população civil na Faixa de Gaza continua a aumentar enquanto a atenção sobre o Oriente Médio se volta para a eventual resposta de Israel ao ataque aéreo do Irã, lançado no último sábado. Uma delas veio a público nesta quarta-feira, quando a família do menino palestino Zein Oroq, de 13 anos, confirmou a morte dele durante uma entrega de alimentos por via aérea no enclave palestino. Zein havia sobrevivido a um bombardeio israelense que matou mais de dez familiares meses antes, em novembro.
O pai de Zein, Mahmoud, contou a agências internacionais que o filho morreu na semana passada, quando uma caixa com ajuda humanitária lançado por aviões caiu sobre ele. Não está claro quem lançou a ajuda. Zein chegou a ser socorrido, mas morreu em decorrência dos ferimentos no domingo.
Leia também
• Câmara de Representantes dos EUA votará ajuda para Ucrânia e Israel no sábado
• Hamas diz que ataque do Irã a Israel foi 'legítimo e merecido'
• Hamas anuncia balanço de 33.899 mortos na guerra de Gaza
— Enquanto os paraquedas caíam, uma caixa bateu em sua cabeça, e a debandada de pessoas que se dirigiam para a caixa não prestou atenção ao menino. Eles também estavam com fome — disse o pai em entrevista a Reuters, acrescentando que ele teve ferimentos na cabeça, pelve, crânio e abdômen, agravados ao ser pisoteado.
Zein não foi a primeira vítima da guerra na família Oroq. Em novembro, 17 pessoas da família morreram durante um bombardeio israelense, segundo contou o avô do menino, Ali. Zein estava no local do bombardeio, mas sobreviveu e conseguiu escapar dos destroços.
— Na primeira vez, quando a casa foi atingida por um bombardeio, ele saiu dos escombros com ferimentos na cabeça, nas mãos e nas pernas. Deus o salvou — disse o avô do menino, também em entrevista à agência de notícias inglesa.
As negociações entre Israel e Hamas para alcançar uma trégua em Gaza e uma troca de reféns por prisioneiros palestinos estão "estagnadas", segundo o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani, que atua como mediador do conflito.
— Nós estamos passando por uma etapa delicada, com alguma estagnação, e estamos tentando, o tanto quanto possível, resolver — disse al-Thani em uma entrevista coletiva.
Mediadores como EUA e Egito, além do Catar, esperavam alcançar um acordo de trégua antes do Ramadã, no início de março, mas o objetivo não foi concretizado e os combates prosseguiram ao longo de todo o mês de jejum muçulmano, que terminou na semana passada.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrado pelo Hamas, anunciou, nesta quarta-feira, que 33.899 pessoas morreram desde o início da guerra com Israel, em 7 de outubro. Nas últimas 24 horas, foram registradas 56 mortes, segundo o comunicado divulgado pelo ministério, que também afirma que 76.664 pessoas ficaram feridas em mais de seis meses de conflito.