Guerra

Menino palestino que sobreviveu a ataque aéreo morre durante entrega de alimentos por ar em Gaza

Zein Oroq, de 13 anos, foi esmagado por caixa de ajuda humanitária lançada sobre Gaza

Ajuda humanitária lançada sobre faixa do Mar Mediterrâneo na costa de Gaza Ajuda humanitária lançada sobre faixa do Mar Mediterrâneo na costa de Gaza  - Foto: AFP PHOTO / CROWN COPYRIGHT 2024 / MOD / AS1 LEAH JONES / RAF

O drama da população civil na Faixa de Gaza continua a aumentar enquanto a atenção sobre o Oriente Médio se volta para a eventual resposta de Israel ao ataque aéreo do Irã, lançado no último sábado. Uma delas veio a público nesta quarta-feira, quando a família do menino palestino Zein Oroq, de 13 anos, confirmou a morte dele durante uma entrega de alimentos por via aérea no enclave palestino. Zein havia sobrevivido a um bombardeio israelense que matou mais de dez familiares meses antes, em novembro.

O pai de Zein, Mahmoud, contou a agências internacionais que o filho morreu na semana passada, quando uma caixa com ajuda humanitária lançado por aviões caiu sobre ele. Não está claro quem lançou a ajuda. Zein chegou a ser socorrido, mas morreu em decorrência dos ferimentos no domingo.

— Enquanto os paraquedas caíam, uma caixa bateu em sua cabeça, e a debandada de pessoas que se dirigiam para a caixa não prestou atenção ao menino. Eles também estavam com fome — disse o pai em entrevista a Reuters, acrescentando que ele teve ferimentos na cabeça, pelve, crânio e abdômen, agravados ao ser pisoteado.

Zein não foi a primeira vítima da guerra na família Oroq. Em novembro, 17 pessoas da família morreram durante um bombardeio israelense, segundo contou o avô do menino, Ali. Zein estava no local do bombardeio, mas sobreviveu e conseguiu escapar dos destroços.

— Na primeira vez, quando a casa foi atingida por um bombardeio, ele saiu dos escombros com ferimentos na cabeça, nas mãos e nas pernas. Deus o salvou — disse o avô do menino, também em entrevista à agência de notícias inglesa.

As negociações entre Israel e Hamas para alcançar uma trégua em Gaza e uma troca de reféns por prisioneiros palestinos estão "estagnadas", segundo o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani, que atua como mediador do conflito.

— Nós estamos passando por uma etapa delicada, com alguma estagnação, e estamos tentando, o tanto quanto possível, resolver — disse al-Thani em uma entrevista coletiva.

Mediadores como EUA e Egito, além do Catar, esperavam alcançar um acordo de trégua antes do Ramadã, no início de março, mas o objetivo não foi concretizado e os combates prosseguiram ao longo de todo o mês de jejum muçulmano, que terminou na semana passada.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrado pelo Hamas, anunciou, nesta quarta-feira, que 33.899 pessoas morreram desde o início da guerra com Israel, em 7 de outubro. Nas últimas 24 horas, foram registradas 56 mortes, segundo o comunicado divulgado pelo ministério, que também afirma que 76.664 pessoas ficaram feridas em mais de seis meses de conflito.

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