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BOEING 737-500

Mergulhadores buscam caixas-pretas do Boeing que caiu na Indonésia

Pelo menos 2.500 socorristas e soldados participam da operação de busca que possibilitou localizar o sinal das duas caixas-pretas

As equipes de resgate relataram que recuperaram dez sacos contendo restos humanos, bem como 16 grandes partes da fuselagem e dez sacos de fragmentos a cerca de 23 metros de profundidadeAs equipes de resgate relataram que recuperaram dez sacos contendo restos humanos, bem como 16 grandes partes da fuselagem e dez sacos de fragmentos a cerca de 23 metros de profundidade - Foto: Demy Sanjaya/AFP

Mergulhadores indonésios exploravam nesta segunda-feira (11) o fundo do mar na costa de Jacarta em busca das caixas-pretas do Boeing que caiu com 62 pessoas a bordo neste fim de semana, enquanto o trabalho em terra começa para identificar as vítimas.

Para determinar as causas do acidente, os investigadores precisam das caixas-pretas, que contêm gravações de voz e dados de voo do Boeing 737-500 da Sriwijaya, que caiu no mar de Java no sábado (9), poucos minutos após a decolagem.

Pelo menos 2.500 socorristas e soldados participam da operação de busca que possibilitou localizar o sinal das duas caixas-pretas. 

As equipes de resgate relataram na noite de domingo que recuperaram dez sacos contendo restos humanos, bem como 16 grandes partes da fuselagem e dez sacos de fragmentos a cerca de 23 metros de profundidade.

Imagens divulgadas pela Marinha mostram o fundo do mar coberto de destroços, mas as equipes devem agir rapidamente porque as correntes nesta área das "mil ilhas" ao largo de Jacarta podem arrastá-los para longe.

No principal porto de Jacarta, os sacos com restos humanos foram borrifados com desinfetante e transferidos para um hospital da Polícia, onde os investigadores tentarão identificá-los usando amostras de DNA retiradas de parentes das vítimas. 

Todos os 62 passageiros e tripulantes do voo eram indonésios. Havia dez crianças a bordo, das quais três tinham menos de três anos.

"Hoje vamos expandir a área de busca (...) e recolher tudo o que pudermos recuperar: destroços, ou vítimas", explicou Rasman MS, chefe da equipe de resgate para este acidente.

"Será uma operação de 24 horas. Sem pausa. Quanto mais rápido encontrarmos as vítimas, melhor", apontou.

Último acidente
A investigação sobre o acidente, o último de uma série de desastres aéreos na Indonésia, pode levar meses. 

Especialistas em aviação apontaram que os dados de voo indicam que o avião desviou bruscamente de sua trajetória antes de despencar cerca de 10 mil pés (3 mil metros) em menos de um minuto e mergulhar no mar de Java.

Eles acreditam que o mau tempo (chuvas torrenciais atrasaram a decolagem), erros de pilotagem, ou um problema técnico podem ter causado a tragédia.

Stephen Wright, professor de sistemas aeronáuticos da Universidade Finlandesa de Tampere, estima que a velocidade relativamente baixa do avião era um sinal de alerta.

"Algo dramático aconteceu após a decolagem", disse ele à AFP.

A companhia aérea de baixo custo Sriwijaya Air, que assegura destinos na Indonésia e Sudeste Asiático, não forneceu informações sobre o que pode ter acontecido neste avião de 26 anos, anteriormente operado pela Continental Airlines e United Airlines nos Estados Unidos.

É o primeiro acidente fatal da Sriwijaya Air desde que a companhia foi lançada em 2003.

Em outubro de 2018, 189 pessoas morreram quando um Boeing 737 MAX caiu no mar de Java, 12 minutos após a decolagem. 

O avião da Sriwijaya não pertence à polêmica nova geração do Boeing 737 MAX, mas é um "clássico" Boeing 737.

O setor de transporte aéreo na Indonésia lamentou várias tragédias nos últimos anos, e algumas companhias aéreas deste país foram proibidas de operar na Europa no passado.

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