Meta, dona do Facebook, terá que vender a "fábrica de GIFs" Giphy
É a segunda vez que a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido recomendou a venda da Giphy
A Meta foi condenada pelo órgão regulador de concorrência do Reino Unido a vender a plataforma Giphy, maior fornecedor de animações e vídeos curtos em looping para redes sociais, os famosos GIFs, encerrando o acordo de compra de US$ 315 milhões após uma batalha antitruste de dois anos.
É a segunda vez que a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido recomendou a venda da Giphy, depois que um tribunal de apelações enviou a decisão de volta ao regulador para reconsideração. Agora, a decisão é final.
A decisão evidencia a pressão sobre as maiores empresas de tecnologia do Vale do Silício por parte do regulador do Reino Unido, que tem amplos poderes para intervir em acordos que atingem consumidores britânicos, mesmo quando as partes estão sediadas no exterior. A Giphy é americana.
É a primeira vez que um órgão regulador determina que um acordo já consolidado por uma big tech seja desfeito, segundo o site da CNBC.
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Meta se diz 'decepcionada'
Após a decisão, a Meta disse que estava "decepcionada", mas a aceitou como "a palavra final sobre o assunto".
A empresa acrescentou: “Somos gratos à equipe Giphy durante este período incerto para seus negócios e desejamos todo o sucesso. Continuaremos a avaliar oportunidades – inclusive por meio de aquisições – para trazer inovação e escolha para mais pessoas no Reino Unido e em todo o mundo”.
O escrutínio das grandes empresas de tecnologia foi intensificado pela agência do Reino Unido desde que ela ganhou novos poderes após o Brexit.
No ano passado, a CMA já havia ordenado que a Meta desfizesse o acordo, após uma investigação aprofundada que descobriu que a união poderia ter reduzido a concorrência entre as plataformas de mídia social.
Concorrência em publicidade e redes sociais
A Meta, que chamou as descobertas de “irracionais”, apelou a um tribunal de Londres. A transação foi então enviada de volta à agência para uma nova análise. A CMA reiterou suas conclusões originais, observando que a Meta, que também é dona do WhatsApp e do Instagram, poderia cortar o acesso a GIFs para seus rivais como TikTok ou Twitter.
"Este acordo reduziria significativamente a concorrência em dois mercados", disse Stuart McIntosh, presidente do grupo de investigação independente responsável pela apuração, em comunicado, referindo-se à publicidade e redes sociais.
O regulador britânico ressaltou que “a única maneira de evitar o impacto significativo que o acordo teria na concorrência é que o Giphy seja vendido integralmente a um comprador aprovado”.
Ainda não está claro quem pode comprar o fornecedor de GIFs. O próprio Giphy disse que faltavam compradores interessados idôneos, segundo documentos divulgados durante a investigação.
E acrescentou que houve um declínio no uso de GIFs desde que o acordo foi anunciado há dois anos e que, agora, eles eram considerados “cringe”, e “saíram de moda”, principalmente entre usuários mais jovens.