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ORIENTE MÉDIO

Métodos de guerra de Israel em Gaza são típicos de 'genocídio', diz comitê da ONU

Análise será apresentada em assembleia na ONU na segunda (18)

fumaça subindo no bairro adjacente de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, durante um ataque israelense em 1º de novembro de 2024. fumaça subindo no bairro adjacente de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, durante um ataque israelense em 1º de novembro de 2024.  - Foto: AFP

Os métodos de guerra usados por Israel na Faixa de Gaza têm "as características de um genocídio", afirmou nesta quinta-feira (14) um comitê especial das Nações Unidas encarregado de investigar as práticas israelenses.

O comitê destaca as "perdas massivas de civis e as condições impostas aos palestinos, que colocam intencionalmente as suas vidas em perigo", em um relatório que engloba o período entre o ataque do Hamas em 7 de outubro até julho deste ano.

O documento será apresentado na segunda-feira (18) na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

"Com o cerco a Gaza, a obstrução da ajuda humanitária, os ataques seletivos e a morte de civis e trabalhadores humanitários, apesar dos apelos reiterados da ONU e evitando as ordens da Corte Internacional de Justiça e as resoluções do Conselho de Segurança (das Nações Unidas), Israel está intencionalmente causando morte, fome e ferimentos graves" à população de Gaza, afirma o relatório.

O comitê acusa Israel de "utilizar a fome como método de guerra" e de "infligir uma punição coletiva à população palestina".

Um relatório apoiado pela ONU e divulgado no fim de semana passado alerta que o norte de Gaza está ameaçado por um cenário de fome iminente.

Em fevereiro deste ano, as forças israelenses utilizaram mais de 25.000 toneladas de explosivos em toda a Faixa de Gaza, "o equivalente a duas bombas nucleares", indica o relatório, que parece aludir ao impacto da bomba lançada pelos Estados Unidos em Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial.

"Israel criou uma combinação letal de crises que provocará um dano grave às gerações futuras" no território palestino, afirma o comitê.

A guerra em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamitas mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel e sequestraram 251, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Dos 251 capturados, quase 100 permanecem em cativeiro no território palestino, mas 34 foram declarados mortos pelo Exército.

A campanha militar israelense de retaliação deixou mais de 43.700 mortos em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

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