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Metrô do Recife

Metroviários aprovam acordo coletivo de trabalho, mas categoria ainda pode entrar em greve

O estado de greve será decidido em assembleia prevista acontecer no próximo dia 22 agosto

Metroviários aprovam acordo coletivo de trabalho, mas categoria ainda pode entrar em greveMetroviários aprovam acordo coletivo de trabalho, mas categoria ainda pode entrar em greve - Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Em assembleia realizada na noite desta terça-feira (30), os metroviários de Pernambuco aprovaram, com a maioria dos votos dos presentes, o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2025.

A reunião aconteceu em frente à Estação Recife, no bairro de São José

Entenda o acordo
O acordo aprovado garante reajuste de 2,58%, que incidirá sobre todas as cláusulas econômicas, com pagamento retroativo a maio de 2024; 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para 2025; extensão do  auxílio-creche para empregados do sexo masculino, e a idade máxima da criança passa de 4 anos para 5 anos e 11 meses.

A coordenadora da campanha salarial da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e diretora do Sindmetro-PE, Telma Barbosa, explicou que esteve acompanhada da diretora do Sindmetro, Glaucia Ferreira, e da presidente da Fenametro, Alda Lúcia, na Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest). 

Assembleia dos metroviários foi realizada nesta terça-feira (30), na Estação Recife.Assembleia dos metroviários foi realizada nesta terça-feira (30), na Estação Recife. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco.

Telma afirmou que as sindicalistas participaram de uma reunião com a assessora jurídica Elisa Alves e o assessor Heiguiberto para discutir assuntos relacionados ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Sobre a proposta que os sindicatos receberam da empresa, foi destacado que a Sest não concedeu o aumento na cesta básica.

"A expectativa da categoria era de um acordo melhor, que pudéssemos atingir pelo menos a inflação, com um índice de 19%, mas não foi atendido. Assim, saímos frustrados. A empresa foi protelando, dizendo que podia prorrogar o acordo, mas não prorrogou e chegou no limite. Dessa forma, não podíamos mais negociar porque ficaríamos sem acordo e a categoria perderia todos os direitos já adquiridos", afirmou o presidente do sindicado, Luíz Soares.

Ainda segundo o presidente do sindicato, o acordo não traz nada de novo e apenas garante que a categoria não perca nenhum direito já adquirido e volte para o regime que consta na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). 

"Para todos os efeitos, isso é a manutenção, sem perda de nenhuma cláusula. Isso tem uma certa importância, mas agora é continuar a luta", disse o líder do Sindmetro.

Categoria ainda pode entrar em greve
Luiz Soares também trouxe para a reunião o andamento do ACE (Acordo Coletivo Especial), que estava parado desde o início de maio na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SEPPI) da Casa Civil. 

A ação de assinatura do acordo estaria aguardando a devolução do processo do ACE para o Conselho de Administração (Conad) da CBTU. No entanto, de acordo com o sindicato, até o momento, nada foi feito.

O presidente teria entrado em contato com os técnicos da SEPPI na última quinta-feira (25).  A Casa Civil teria oficializado o Conad da CBTU através do SEI, fornecendo todas as respostas solicitadas pelo CONAD, ainda na sexta-feira (26).

O Acordo Coletivo Especial tem como objetivo garantir aos trabalhadores que, caso o metrô seja privatizado, eles serão remanejados para outros órgãos do governo.

"A luta agora é pela assinatura do ACE. Além disso a nossa principal luta é a retirada da CBTU do PND, assim garantimos os investimentos necessários para ter um um metrô eficiente e com qualidade pra atender bem a população", declarou. 

Luíz Soares, presidente do Sindmetro-PELuíz Soares, presidente do Sindmetro-PE. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco.

A categoria ainda pede a realização de novos concursos para "recuperar a capacidade de mão de obra", que teria sido perdida.

"A gente tinha dois mil funcionários, hoje só tem mil e seiscentos, a gente precisa recuperar isso, e só com a retirada da CBTU do PND", contou Luiz.

O estado indicativo de greve, decretado em assembleia realizada no dia 9 de julho permanece. A paralisação da categoria será decidida em assembleia prevista acontecer no próximo dia 22 de agosto, e depende da assinatura do Acordo Coletivo Especial.

"No próximo dia 22 de agosto, teremos uma nova assembleia, na qual discutiremos o ACE e a retirada da CBTU do PND. Caso essas questões não sejam aprovadas, vamos parar. É greve!", disse Luiz Soares.

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